O horror como dissonância: configurações do gênero no cinema soviético
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-4765.rus.2025.237804Palavras-chave:
Cinema soviético, Gênero de horror, Estudos Culturais, União SoviéticaResumo
O artigo analisa a presença e a configuração do gênero de horror na cinematografia soviética, com ênfase no período de 1922 a 1991. A hipótese é de que o horror, historicamente associado ao irracional e ao simbólico, foi marginalizado sob o regime soviético por ser considerado incompatível com o realismo socialista e com a ideologia dominante. Todavia, o gênero se manifestou como estética do incômodo, da angústia e do inconsciente, por meio de estratégias como a alegoria, a adaptação folclórica ou literária e a incorporação de atmosferas góticas e narrativas inquietantes. A partir dos Estudos Culturais, com a análise cultural como metodologia, e com base em autores como Alexander Herbert, Jamie Miller, David Gillespie, Kendall Phillips, Ian Conrich, Stuart Hall e Lukasz Szulc, argumenta-se que o horror soviético se constituiu como linguagem da crise e da dissonância cultural, revelando tensões no projeto ideológico estatal e em suas representações de mundo.
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