Tragédia, destino dos ossos

políticas da cinza e da exumação

Autores

  • Luiz Paulo Pimentel de Souza Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v20i1p101-122

Palavras-chave:

Teatro e história, Patrimônio cultural, Arqueologia, Processo de redemocratização brasileiro, Vala clandestina de Perus

Resumo

Dialogando com a perspectiva histórica adotada por Raymond Williams em sua análise sobre a experiência trágica, este artigo perspectiva investigar conexões entre o tempo presente e a tragédia. Com base em disputas políticas operadas a partir do par memória-esquecimento, focalizamos a prática da exumação como plataforma para pensarmos a possibilidade de tragédia no contemporâneo. Tal prática é aqui entendida como um procedimento que, ao instaurar ruptura e violência em relação à memória e aos vestígios dos mortos, permite a abertura de um espaço agonístico de tensão política. Dessa maneira, trazemos à tona episódios do período da abertura democrática brasileira (1975-1985) que sublinham o diálogo entre o Estado, a cultura e a produção de narrativas sobre o país. Por fim, aproximando este período do projeto governamental respaldado pela eleição de 2018, avizinhamos os sentidos da experiência trágica contemporânea à estruturação de uma arquitetura política que desprezaria o gesto da exumação em prol da defesa do esquecimento histórico e da irreversibilidade das cinzas.

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Biografia do Autor

  • Luiz Paulo Pimentel de Souza, Universidade de São Paulo

    Doutorando pela Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Dramaturgo.

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Publicado

2020-08-13

Edição

Seção

TRAGÉDIA E MODERNIDADE

Como Citar

Souza, L. P. P. de. (2020). Tragédia, destino dos ossos: políticas da cinza e da exumação. Sala Preta, 20(1), 101-122. https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v20i1p101-122