Morrer é uma ação nua: Orfeo: eine Sterbeübung (2015), de Susanne Kennedy
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v22i1p54-69Palavras-chave:
Tempo, Morrer, Devir-mulher, Espetáculo, InstalaçãoResumo
O artigo examina o espetáculo/instalação Orfeo: eine Sterbeübung, concebido pela encenadora alemã Susanne Kennedy para a Ruhrtriennale 2015. Partindo de L'Orfeo (1607), de Claudio Monteverdi, a obra consiste em uma experiência imersiva na qual o espectador, percorrendo uma série de salas nas quais confronta atores silenciosos e mascarados, é convidado a pôr em prática um “exercício de morrer”. Procura-se esmiuçar o sentido desse exercício, tendo por base a hipótese de que a experiência de morte almejada por Kennedy tem início no desnudamento das ações, perpassando a sensibilização às “emoções automoventes”, o contato com a materialidade do tempo, desembocando, por fim, em um devir-mulher, ou no devir-Eurídice de Orfeu. No encadeamento desses conceitos, delineia-se uma correlação entre a apresentação de ações desenredadas da mímesis dramática e a possibilidade de se gerar variações em relação aos padrões majoritários de percepção.
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