O transnacionalismo do Black Lives Matter e as interpretações sobre os racismos contemporâneos

Autores

  • Flavio Thales Ribeiro Francisco Universidade Federal do ABC

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2024.234259

Palavras-chave:

Black Lives Matter, Racismo, Antirracismo, Transnacional

Resumo

O objetivo deste artigo é demonstrar como a onda de protestos do Black Lives Matter, que se transformou em um fenômeno transnacional, gerou debates públicos sobre racismos sistemáticos e estruturais. As hierarquias raciais, que foram estruturadas a partir da escravidão e do colonialismo, se fundamentaram em práticas segregacionistas e discursos sobre a inferioridade inata de populações não europeias. A experiência do Holocausto, entretanto, fez desmoronar o padrão dessas hierarquias que se consolidaram no século XIX. A criação do Sistema ONU no pós-guerra impulsionou o desenvolvimento de um regime de combate às discriminações raciais e a formalização da igualdade de direitos nos regimes democráticos. O racismo, contudo, passou por transformações e criou novos repertórios. O Black Lives Matters nos Estados Unidos, por meio da denúncia da violência policial, difundiu entre um público mais amplo interpretações sobre os mecanismos distintos dos racismos contemporâneos e desencadeou globalmente protestos de articulações e movimentos que construíram e interconectaram transnacionalmente imaginários antirracistas.

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Publicado

2024-12-24

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Francisco, F. T. R. (2024). O transnacionalismo do Black Lives Matter e as interpretações sobre os racismos contemporâneos. Sankofa (São Paulo), 17(29), 10-42. https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2024.234259