A importância histórica e social da infância para a construção do direito à saúde no trabalho
DOI:
https://doi.org/10.1590/s0104-12902017159018Palavras-chave:
Infância, Relação Saúde-Trabalho, Trabalho Infantil, Normas TrabalhistasResumo
O reconhecimento do trabalho infantil enquanto problema social que compromete saúde e educação das crianças começa a despontar juridicamente no final do século XVIII e prossegue por todo o século XIX estabelecendo, pouco a pouco, regramentos jurídicos para impedir ou atenuar sua continuidade. A construção de uma normativa jurídica de proteção à infância está histórica e intimamente atrelada ao processo de regulação e proibição do trabalho de crianças nas sociedades industrializadas. Esse processo culmina na configuração de uma concepção de infância apartada do mundo do trabalho, mas, contraditoriamente, a ele atrelada. Este texto tem como objetivo estabelecer uma relação entre a evolução da norma protetiva da saúde no trabalho e a mudança de concepção de infância, tendo como panorama de análise o contexto sócio-histórico do Reino Unido no período entre 1788 e 1879, em que importantes leis trabalhistas foram publicadas visando a impor regras ao emprego de crianças. Verifica e sublinha que o próprio avanço da norma trabalhista referente à saúde foi decorrente do olhar sobre o trabalho infantil nas indústrias. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica sobre infância, trabalho infantil e análise de documentos oficiais, principalmente do período especificado. Os resultados demonstram a importância da infância na mudança do contrato social com foco na relação saúde-trabalho; a transição de um trabalho fabril para o trabalho escolar; e a evidência de que as crianças são sujeitos ativos e coprodutores da realidade social.Downloads
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Publicado
2017-03-01
Edição
Seção
Artigos de pesquisa original
Como Citar
Aguiar Junior, V. S. de, & Vasconcellos, L. C. F. de. (2017). A importância histórica e social da infância para a construção do direito à saúde no trabalho. Saúde E Sociedade, 26(1), 271-285. https://doi.org/10.1590/s0104-12902017159018