Implementação da reforma sanitária: a formação de uma política

Autores

  • Telma Maria Gonçalves Menicucci Fundação João Pinheiro

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-12902006000200008

Palavras-chave:

Política de saúde, Implementação, Suporte político, Financiamento, Efeitos de feedback

Resumo

Este artigo procura interpretar o processo de implementação da reforma do sistema de saúde ocorrida na década de 1990. A implantação de uma política é dotada de autonomia e envolve decisões, além de ser um processo de adaptação em função das mudanças do contexto, portanto, sua implementação exige decisão e iniciativa governamental, e instrumentos para efetivá-la, entre os quais a disponibilidade de recursos financeiros e o suporte político organizado, particularmente, por parte dos grupos sociais afetados positivamente. O processo de implementação da reforma da política de saúde não é simplesmente a tradução concreta de decisões, mas um processo ainda de formulação da política de saúde. Durante esse processo, tiveram grande importância não apenas os efeitos do contexto político-econômico de ajustes e a reconfiguração da agenda pública, mas principalmente os efeitos de feedback das políticas de saúde anteriores, que se traduziram na ausência de suporte político, no subfinanciamento e na incapacidade de publicização da rede de serviços, os quais funcionaram como constrangimentos à implementação completa da reforma nos termos de seus formuladores. Dentro desses limites, foram tomadas decisões cruciais que redefiniram a reforma, sendo as mais significativas o estabelecimento do marco regulatório da assistência privada, que explicita a segmentação e derruba formalmente as pretensões universalistas, e as relacionada ao financiamento, que ainda configurava objeto de disputa. O resultado foi a consolidação de um sistema de saúde dual - público e privado.

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Publicado

2006-08-01

Edição

Seção

Artigos de pesquisa original

Como Citar

Menicucci, T. M. G. (2006). Implementação da reforma sanitária: a formação de uma política . Saúde E Sociedade, 15(2), 72-87. https://doi.org/10.1590/S0104-12902006000200008