Identidade e alteridade no cinema: espaços significantes na poética sonora contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2015.103048Palavras-chave:
som no cinema, ambientação sonora, identidade, alteridade.Resumo
Nem sempre o trabalho com o som nos !lmes passa apenas pela questão da localização in ou off em rela- ção à imagem. Por exemplo, o modo como Lucrecia Martel se apropria e elabora a trilha sonora – e a referência aqui é aos !lmes La ciénaga (O pântano, 2001) e La mujer sin cabeza (A mulher sem cabeça, 2008) – estabelece outro tipo de observação em relação ao espaço construído pelo som e coloca em evidência outras possibilidades de leitura do próprio !lme. Assim como Martel trabalha de forma singular e contundente seus espaços narrativos através do som, enfatizando a importância e a possibilidade de se usar este elemento no sentido da composição do espaço cênico e das relações com a mise en scène, dois exemplares da produ- ção brasileira contemporânea – O som ao redor (2013), de Kleber Mendonça Filho, e Eles voltam (2014), de Marcelo Lordello –, se destacam pelos trabalhos com a trilha sonora. A partir da criação dos ambientes sonoros que cercam as personagens, os !lmes constroem sutilmente os conceitos de alteridade e identidade, tecendo um jogo interessante de diferenças e semelhanças entre o que se vê (identidade) e o que se ouve (alteridade).Downloads
Referências
Referências
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
BARTHES, R. O óbvio e o obtuso, ensaios críticos III. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982, p. 217-229.
BERGSON, H. Matéria e memória. 4. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.
BORDWELL, D. “Estudos de cinema hoje e as vicissitudes da grande teoria”. In: RAMOS, F. P. (Org.). Teoria contemporânea do cinema: pós-estruturalismo e filosofia analítica. São Paulo: Senac, 2005, v.1, p. 25-70.
BUHLER, J.; NEUMEYER, D.; DEEMER, R. Hearing the movies: music and sound in film history. New York: Oxford University Press, 2010.
CAMPAN, V. L’écoute filmique: echo du son en image. Paris: Presses Universitaires de Vincennes, 1999.
CAMPO, M. B. “Tempo e História: representação em Lucrecia Martel”. Imagofagia, nº 7 (2013). Disponível em: <http://www.asaeca.org/imagofagia/sitio/index.php?option=com_content&view=article&id=306%3Atempo-e-historia-representacao-em-lucrecia-martel-&catid=50%3Anumero-7&Itemid=150>. Acesso em: 10 maio 2013.
DELEUZE, G. A imagem-movimento. São Paulo: Brasiliense, 1985.
_________. A imagem-tempo. São Paulo: Brasiliense, 1990.
ECO, U. A obra aberta. 9. ed. São Paulo: Perspectiva, 2003.
FLÔRES, V. O cinema: uma arte sonora. São Paulo: Annablume, 2013.
MACHADO, A. O sujeito na tela: modelos de enunciação no cinema e no ciberespaço. São Paulo: Paulus, 2007.
METZ, C. A significação no cinema. São Paulo: Perspectiva, 1977.
PUCCI, R. “Questões de identidade e alteridade”. Impulso, Piracicaba, n. 21, jan-jun. 2011, p. 43-49.
SCHAEFFER, P. Traité des objets musicaux. Paris: Editions du Seuil, 1966.
VERARDI, M. “La ciénaga (Martel, 2001): el tiempo suspendido”. Imagofagia, nº 7 (2013). Disponível em: <http://www.asaeca.org/imagofagia/sitio/index.php?option=com_content&view=article&id=305:la-cienaga-el-tiempo-suspendido-&catid=50:numero-7&Itemid=150>. Acesso em: 17 jul. 2013.
Referências Filmográficas
ELES voltam. Marcelo Lordello, Brasil, 2014.
O SOM ao redor. Kleber Mendonça Filho, Brasil, 2013.
LA CIÉNAGA (O pântano). Lucrecia Martel, Argentina-França-Espanha-Japão, 2001.
LA MUJER sin cabeza (A mulher sem cabeça). Lucrecia Martel, Argentina-França-Itália-Espanha, 2008.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2015 Virginia Osorio Flôres
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista para fins não comerciais.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.