Ascensão, vertigem e queda: correspondências entre Limite e Mundéu
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2021.169867Palavras-chave:
Literatura comparada, Cinema brasileiro de vanguarda, Cinema silencioso brasileiro, Poesia modernistaResumo
Neste artigo traçamos as correspondências “plástico-verbais” entre as escritas poética e cinematográfica de Mário Peixoto (1908-1992), buscando pontos de contato entre essas duas linguagens. Através de um cotejamento entre a decupagem de três cenas do filme Limite e da escansão do poema “A grande curva”, publicado no livro Mundéu, acreditamos ser possível vislumbrar como a poesia e a mise-en-scène de Mário Peixoto obedecem a uma mesma lógica formal de construção. Para tal utilizamos estudos de Mário de Andrade, Paulo Henriques Britto, Flora Süssekind e alguns conceitos operativos da teoria da montagem de Sergei Eisenstein. Em uma via de mão dupla, demonstramos como Peixoto absorveu os debates de seu tempo, transfigurou sua poesia em cinema e, inversamente, como o cinema “enformou” seus poemas. A proposta é pensar a obra de Peixoto para além da teoria estritamente cinematográfica, nos centrando no profícuo intercâmbio entre o cinema, a teoria literária e os estudos da poesia.
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