República dos Assassinos: memória em um Brasil de “Homens de Aço”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2024.216108

Palavras-chave:

República dos Assassinos, esquadrão da morte, testemunha, trauma, vítima

Resumo

Este artigo apresenta uma análise sociológica do filme República dos Assassinos (1979), de Miguel Faria Júnior, a partir dos conceitos de testemunha, trauma e vítima de Cynthia Sarti e Myriam Jimeno. Ao dissecarmos as personagens da travesti Eloína e da atriz Marlene, será possível vislumbrar como ambas estão inseridas nos três conceitos indicados, devido a suas respectivas interações com Mateus Romeiro, membro dos “Homens de Aço”. Assim, a película contribui para o estabelecimento de uma memória que forneça um lugar para a dor das vítimas do Esquadrão da Morte e para a denúncia das atrocidades de grupos paramilitares que prevalecem até os dias de hoje.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Leonardo Corrêa Figueira, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Mestre em Sociologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Doutorando em Ciências Sociais no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPCIS-UERJ). Com relação às linhas de pesquisa de seu interesse, o foco principal é na área de Sociologia das Imagens e Mídias Audiovisuais, com ênfase em práticas sociais da memória, no papel dos discursos na construção de sujeitos sociais em diferentes contextos, e em textos literários e artes visuais, como cinema e fotografia.

  • Marcos Alexandre dos Santos Albuquerque, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    Professor Adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais (PPCIS) e no Programa de Pós-graduação em História da Arte (PPGHA). Doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Possui graduação em Ciências Sociais, com habilitação em Antropologia, pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e mestrado em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Atualmente é Coordenador do Núcleo de Antropologia da Arte (N.A.d.A.) da UERJ, e vinculado à rede RAMA (Rede de pesquisas em memória, identidade, poder, ambiente e território). Tem experiência na área de Antropologia e Arte, com ênfase em Etnicidade, Performance, Antropologia da Arte e Audiovisual, atuando principalmente nos seguintes temas: modernismo e zoológicos humanos, arte étnica, museus, indígenas em contexto urbano e filme etnográfico. Bolsista Prociência (UERJ).

Referências

AUMONT, J.; MARIE, M. El análisis cinematográfico. Buenos Aires: la marca, 2019.

HELAL FILHO, W. Mariel Mariscot: o homem de ouro da polícia que foi morto tentando ser banqueiro do jogo do bicho. Blog do Acervo. Rio de Janeiro, 08 out. 2021. Disponível em: https://blogs.oglobo.globo.com/blog-do-acervo/post/mariel-mariscot-ohomem-de-ouro-da-policia-que-foi-morto-tentando-ser-banqueiro-do-jogo-do-bicho.html. Acesso em: 19 set. 2023.

JIMENO, M. Emoções e política: a vítima e a construção de comunidades emocionais. Mana, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 99-121, 2010.

MARIEL condenado. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 20 jun. 1973. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=089842_08&pagfis=37621&url=http://memoria.bn.br/docreader#. Acesso em: 19 set. 2023.

MORETTIN, E.; NAPOLITANO, M.; SELIPRANDY, F. El perpetrador en el cine brasileño: genealogía de un personaje (1979-2007). Papeles del CEIC, [S. l.], v. 2021/2, papel 252, p. 1-18.

PENAFRIA, M. Análise de filmes: conceitos e metodologia(s). In: CONGRESSO SOPCOM, 6., Lisboa, 2009.

ROCHA, E. M. S. República dos assassinos: o esquadrão da morte carioca no cinema. 2021. 167 f. Dissertação (Mestrado Interdisciplinar em Cinema e Narrativas Sociais) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2021.

SARTI, C. A. A dor, o indivíduo e a cultura. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 3-13, 2001.

SARTI, C. Rastros da violência: a testemunha. Sociologia& Antropologia, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, 2020.

Referências audiovisuais

EU matei Lúcio Flávio. Antônio Calmon, Brasil, 1979.

LÚCIO Flávio, o passageiro da agonia. Héctor Eduardo Babenco, Brasil, 1977.

M, o vampiro de Düsseldorf. Fritz Lang, Alemanha, 1931.

REPÚBLICA dos assassinos. Miguel Faria Junior, Brasil, 1979.

Downloads

Publicado

2024-12-18

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Figueira, L. C. ., & Albuquerque, M. A. dos S. (2024). República dos Assassinos: memória em um Brasil de “Homens de Aço”. Significação: Revista De Cultura Audiovisual, 51, 1-19. https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2024.216108