Os dinossauros de Hennig: sobre a importância do monofiletismo para a sistemática biológica
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-31662008000200003Palavras-chave:
Cladística, Cladograma, Darwin, Evolução, Filogenia, Grupo natural, Hennig, Monofiletismo, SistemáticaResumo
A sistemática biológica é o ramo das ciências naturais que lida com a nomenclatura, descrição e organização da diversidade biológica em esquemas hierárquicos. Ela vem sendo desenvolvida desde os primeiros esforços humanos em direção à sumarização da informação biológica com vistas ao agrupamento dos organismos em classes, e à identificação, entre elas, de quais seriam entidades naturais. De Aristóteles a Hennig, muitas maneiras de sistematizar o conhecimento biológico foram propostas, com a intenção de delimitar e representar as afinidades naturais entre os organismos. Mesmo depois da teoria de Darwin-Wallace, a sistemática biológica apresentou poucas mudanças nos seus fundamentos, até os trabalhos do entomólogo alemão Willi Hennig. Ele introduziu um método que era tão objetivo e explícito quanto a fenética e profundamente conectado à perspectiva evolutiva darwiniana. A filogenética hennigiana visa à criação de um sistema classificatório de referências que reflita a evolução. Nesse sentido, Hennig propôs que apenas grupos monofiléticos são naturais, uma vez que eles seriam os únicos que realmente respeitam o conceito evolutivo da ancestralidade comum. Um grupo monofilético é definido como a reunião de todos os descendentes de um ancestral comum, este incluso. Baseado no reconhecimento dos grupos monofiléticos (naturais), a sistemática filogenética é uma poderosa ferramenta para reconstruir a evolução dos organismos a partir de critérios científicos e objetivos, auxiliando na solução do problema de sistematizar a informação biológica que tem preocupado o homem desde a aurora da linguagem.Downloads
Referências
Benton, M. J. Diversification and extinction in the history of life. Science, 268, p. 52-8, 1995.
Bowler, P. Evolution: the history of an idea. Los Angeles: University of California Press, 2003.
Brochu, C. A. Progress and future directions in archosaur phylogenetics. Journal of Paleontology, 75, p. 1185–201, 2001.
Brower, A. V. Z. et al. Gene trees, species trees and systematics: a cladistic perspective. Annual Review of Ecology and Systematics, 27, p. 423–50, 1996.
Darwin, C. On the tendency of species to form varieties, and on the perpetuation of varieties and species by means of natural selection. Journal of the Proceedings of the Linnean Society (Zoology), 3, p. 45-62, 1858.
Darwin, C. On the origin of species by means of natural selection or the preservation of favored races in the struggle for life. London: Murray, 1859.
Dawkins, R. Universal darwinism. In: Hull, D. L. & Ruse, M. (Ed.). The philosophy of biology. New York: Oxford University Press, 1998. p. 15-37.
Dawkins, R. O capelão do diabo. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
Dingus, L. & Rowe, T. The mistaken extinction. Dinosaur evolution and the origin of birds. New York: W. H. Freeman & Co., 1998.
Ebach, M. C. & Williams, D. M. Congruence and language. Taxon, 53, p. 113-8, 2004.
Ebach, M. C. et al. Assumption 2: opaque to intuition? Journal of Biogeography, 32, p. 781-7, 2005.
Ehrlich, P. R. Systematics in 1970: some unpopular predictions. Systematic Zoology, 10, p. 157-8, 1961.
Faith, D. P. From species to supertrees: popperian corroboration and some current controversies in systematics. Australian Systematic Botany, 17, p. 1-16, 2004.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2008 Scientiae Studia

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
A revista detém os direitos autorais de todos os textos nela publicados. Os autores estão autorizados a republicar seus textos mediante menção da publicação anterior na revista. A revista adota a Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.