Padrões sociointelectuais da pesquisa em nanoescala: laureados com o Prêmio Feynman de Nanotecnologia, 1993-2007
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-31662009000100002Palavras-chave:
Pesquisa em nanoescala, Paradigma, Interdisciplinaridade, Divisão do trabalho, Epistemologia, Simulação, Imagem, Química, Biologia, EpitaxiaResumo
Este artigo explora as atividades da pesquisa em nanoescala, com referência à epistemologia, à mudança de orientação em questões de pesquisa, divisões de trabalho, contato com a indústria e se a nanopesquisa constitui ou não um novo paradigma científico. Os dados foram coletados de uma amostra dos laureados com o Prêmio Feynman de Nanotecnologia, iniciado em 1993 para incentivar avanços na teoria e na experimentação. Será dada particular atenção ao lugar das disciplinas e da interdisciplinaridade e à emergência de novas formas nas relações de trabalho. Embora a química constitua a disciplina de origem de muitos ganhadores, durante os últimos oito anos muitos cientistas entrevistados em nosso projeto estavam empregando materiais biológicos em seu trabalho, independentemente de seus nichos disciplinares. A epitaxia, a arquitetura e a estrutura nanos e os efeitos do nanoconfinamento dos fenômenos emergem como pontos centrais. A epistemologia da teoria e da experimentação baseadas em simulação tornase crescentemente importante. Similarmente, as imagens emergem como centrais para a epistemologia da nanoescala. A indústria mostra-se muito menos relevante para as atividades desse grupo de cientistas do que inicialmente antecipávamos. Uma pequena minoria de praticantes acredita que a pesquisa em nanoescala representa um novo paradigma, embora argumentos a favor dessa interpretação frequentemente introduzam questões cognitivas e epistemológicas importantes.Downloads
Referências
Baird, M. D.; Nordmann, A. & Schummer, J. (Org.). Discovering the nanoscale. Amsterdan: IOS Press, 2004.
Bensaude-Vincent, B. & Nordmann, A. Technological convergence as practice and program: the constitution and role of ‘attractive objects’ research project to the French ANR, German DFG, Feb., 2008.
Reader Ethic School Summerschool on ethics of converging technologies, 21-26 September 2008. Dormotel Vogelsberg, Romrod/Alsfeld, Germany. Chadarevian, S. & Hopwood, N. (Ed.). Models: the third dimension of science. Stanford, CA: Stanford University Press, 2004.
Drexler, K. E. Molecular engineering: an approach to the development of general capabilities for molecular manufacturing. Proceedings of the National Academy of Science USA, 78, p. 5275-8, 1981.
_____. Engines of criation: the coming era of nanotechnology. New York: Anchor Press, 1986.
_____. Biological and nanomechanical systems: constrasts in evolutionary capabilities. In: Langton, C. G. (Ed.). Artificial life. Reading, Mass.: Addison-Wesley, 1989. p. 501-19.
_____. Nanosystems: molecular machinery, manufacture and computation. New York: John Wiley, 1992.
Drexler, K. E.; Peterson, C. & Pergamit, G. Unbounding the future: the nanotechnology revolution. New York: William Morrow, 1991.
EU-HLEG. European Comission High Level Expert Group ‘Foresighting the new technology wave’. Converging technologies. Shaping the future of European socities. Rapporteur A. Nordmann, 2004.
Feynman, R. P. There’s plenty of room at the bottom. An invitation to enter a new field of physics. Engineering and Science, 23, 5, Feb. 1960. Disponível em:
Francouer, E. Molecular models and the articulation of structural constraints in chemistry. In: Klein, U. (Ed.). Tools and modes of representation in the laboratory sciences. Boston, MA: Kluwer, 2001. p. 95-115.
Francouer, E. & Segal, J. From model kits to interactive computer graphics. In: Chadarevian, S. & Hopwood, N. (Ed.). Models: the third dimension of science. Stanford, CA: Stanford University Press, 2004. p. 402-29.
Filinov, A. V.; Bonitz, M. & Lozovik, Y. E. Frozen electrons. Physycal Review Letters, 86, p. 3851, 2001.
Galison, P. Image and logic: a material culture of microphysics. Chicago: The University of Chicago Press, 1997.
Johnson, A. The shape of molecules to come. In: Lenhart, J.; Kuppers, G. & Shinn, T. (Ed.). Simulation. Pragmatic construction of reality. Dordrecht: Springer, 2006. p. 25-40.
Klein, U. (Ed.). Tools and modes of representation in the laboratory sciences. Boston, MA: Kluwer, 2001.
Langton, C. G. (Ed.). Artificial life. Reading, Mass.: Addison-Wesley, 1989.
Lenhart, J. Nanoscience and the janus-faced character of simulations. In: Baird, M. D.; Nordmann, A. & Schummer, J. (Org.). Discovering the nanoscale. Amsterdan: IOS Press, 2004. p. 93-100.
_____. Simulation, representation, and cartography: compiling a virtual atlas of nanospace. In: Shinn, T.; Bensaude-Vincent, B. & Vinck, D. (Org.). Intellectual and laboratory dynamics of nanoscience and nanotechnology. Sociological, anthropological and philosophical investigations. Maison Suger, Paris, 27-28 April 2007.
Lenhart, J.; Kuppers, G. & Shinn, T. (Ed.). Simulation. Pragmatic construction of reality. Dodrecht: Springer, 2006.
Marcovich, A. & Shinn, T. Instrumentation, images and materials: the centrality of form in nanoscience and nanotechnology. No prelo.
Mody, C. Crafting the tools of knowledge: the invention, spread, and commercialization of probe microscopy, 1960-2000. PhD dissertation, Cornell University, 2004a.
Mody, C. How probe microcopists became nanotechnologists. In: Baird, M. D.; Nordmann, A . & Schummer, J. (Org.). Discovering the nanoscale. Amsterdan: IOS Press, 2004b. p. 119-33.
Mody, C. Corporations, universities, and instrumental communities: commercializing probe microscope, 1981-1986. Technology and Culture, 47, 1, p. 56-80, Jan. 2006.
Morange, M. Histoire de la biologie moléculaire. Paris: La Découverte, 2003 [1994].
Musgrave, C.; Perry, J. K.; Merkle, R. C. & Goddard, W. A. Theoretical studies of a hydrogen abstraction tool for nanotechnology. Nanotechnology, 2, p. 187-95, 1991.
Myers, N. Molecular embodiments and the body-work of modeling in protein crystallography. Social Studies of Science, 38, 2, p. 163-99, Apr. 2008.
Peterson, C. Nanotechnology: from concept to R&D goal. In: Peterson, C. Intelligent agent. New York: Hotwired Ventures LC, 1995. Disponível em: .
Roco, M. C. & Bainbridge, W. S. Converging technologies for improving human performance. Integrating from the nanoscale. Journal of Nanoparticle Research, 4, 4, p. 281-95, Aug. 2002.
Shinn, T. When is simulation a research technology? Practices, markets, and lingua franca. In: Lenhart, J.; Kuppers, G. & Shinn, T. (Ed.). Simulation. Pragmatic construction of reality. Dordrecht: Springer, 2006. p. 187-204.
Shinn, T. Desencantamento moderno e pós-moderno: diferenciação, fragmentação e a matriz de entrelaçamento. Scientiae Studia, 6, 1, p. 43-81, 2008.
Shinn, T.; Bensaude-Vincent, B. & Vinck, D. (Org.). Intellectual and laboratory dynamics of nanoscience and nanotechnology. Sociological, anthropological and philosophical investigations. Maison Suger, Paris, 27-28 April 2007
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2009 Scientiae Studia

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
A revista detém os direitos autorais de todos os textos nela publicados. Os autores estão autorizados a republicar seus textos mediante menção da publicação anterior na revista. A revista adota a Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.