As classificações psiquiátricas e a herança mórbida

Autores

  • Sandra Caponi Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1678-31662011000100003

Palavras-chave:

Classificação psiquiátrica, Degeneração, DSM, Herança mórbida, Kraepelin

Resumo

A leitura dos principais textos de Kraepelin permite compreender de que modo o conceito de degeneração, desenvolvido por Morel e Magnan, reaparece no início da psiquiatria moderna. Neste estudo analisamos as articulações teóricas e conceituais que existem entre: (a) a teoria da degeneração de Morel e Magnan e os critérios utilizados por Kraepelin para classificar as doenças mentais; e (b) os estudos dedicados à herança mórbida no contexto histórico de surgimento da psiquiatria neo-kraepeliniana. Finalmente, destacamos as continuidades e diferenças existentes entre a proliferação de síndromes resultante da teoria da degeneração e a atual multiplicação de diagnósticos psiquiátricos.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Amaral, A. A psiquiatria no divã. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2004.

Amarante, P. Asilos, alienados, alienistas: uma pequena história da psiquiatria no Brasil. In: Amarante, P. Psiquiatria social e reforma psiquiátrica. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1998. p. 73-84.

Amarante, P. Ensaios: subjetividade, saúde mental e sociedade. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000. American Psychiatric Association (APA). Diagnostic and statistical manual of mental disorders. 2 ed. Washington: American Psychiatric Association, 1968.

Amarante, P. Diagnostic and statistical manual of mental disorders. 3 ed. Washington: American Psychiatric Association, 1980.

Amarante, P. Diagnostic and statistical manual of mental disorders. 4 ed. Washington: American Psychiatric Association, 1994. Disponível em: <http://virtualpsy.locaweb.com.br/dsm.php>. Acesso em: 19 nov. 2010.

Amarante, P. Diagnostic and statistical manual of mental disorders. 4 ed. revised. Washington: American Psychiatric Association, 2000.

Coffin, J. La transmission de la folie – 1850-1914. Paris: Harmattan, 2003.

Decker, H. How kraepelinian was Kraepelin? How kraepelinian are the neo-Kraepelinians? From Emil Kraepelin to DSM-III. History of Psychiatry, 18, p. 337-61, 2007.

Feighner, J. P. & Winokur, G. Nosology: a voice for systematic data-oriented approach. Editorial. American Journal of Psychiatry, 136, p. 1173-4, 1979.

Feighner, J. P. et al. Diagnostic criteria for use in psychiatric research. Archives of General Psychiatry, 26, 57-63, 1972.

Foucault, M. Historia de la locura en la epoca classica. México: FCE, 1961.

Foucault, M. Les anormaux. Paris: Seuil, 1999.

Goffman, E. Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva, 1961.

Horwitz, A. & Wakefield, J. The loss of sadness. Oxford: Oxford University Press, 2007.

Jablensky, A. Living in a Kraepelinian world: Kraepelin’s impact on modern psychiatry. History of Psychiatry, 18, 3, p. 381-8, 2007.

Klerman, G. L. Mental illness, the medical model, and psychiatry. Journal of Medicine and Philosophy, 2, 3, p. 220-43, 1977.

Kraepelin, E. Clinical psychiatry: a text book for students and physicians. New York: Macmillan Company, 1907.

Kraepelin, E. On the question of degeneration. History of Psychiatry, 18, p. 398-404, 2007 [1908].

Kraepelin, E. Lectures on clinical psychiatry. Michigan: William Wood, 1913.

Kraepelin, E. As formas de manifestação da insanidade. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 12, 1, p. 167-94, 2009.

Magnan,V. Recherches sur les centres nerveux. Alcoolisme, folie des héréditaires dégénérés. Paris: Masson, 1893.

Morel, B. A. Traité des dégénérescences physiques, intellectuelles et morales de l´espèce humaine et des causes qui produisent ces varieties maladives. Paris: Bailliére, 1857.

Pignarre, P. Comment la dépression est devenu une épidémie. Paris: Hachette, 2001.

Postel, J. Historia de la psiquiatria. México: Fondo de Cultura Económica, 1987.

Postel, J. Introduction. In: Kraepelin, E. Leçons cliniques sur la démence précoce et la psychose maniaco-depressive. Paris: Harmattan, 1997. p. 8-12.

Postel, J. Éléments pour une histoire de la psichiatrie occidentale. Paris: Harmattan, 2007.

Rosenhan, D. Being sane in insane place. Science, 179, p. 250-8, 1973.

Russo, J. & Venâncio, A. Classificando as pessoas e suas pertubações: a “revolução terminológica” do DSM III. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 9, 3, p. 460-83, 2006.

Spitzer, R. L. & Forman, J. B. W. DSM-III Field Trials II. Initial experience with the multiaxial system. American Journal of Psychiatry, 136, 6, p. 818-20, 1979.

Spitzer, R. L. & Forman, J. B. W. Introduction. In: Horwitz, A. & Wakefield, J. The loss of sadness. Oxford: Oxford University Press, 2007.

Szasz, T. A escravidão psiquiátrica. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1977

Downloads

Publicado

2011-01-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

As classificações psiquiátricas e a herança mórbida . (2011). Scientiae Studia, 9(1), 29-50. https://doi.org/10.1590/S1678-31662011000100003