Apagamentos críticos: João Cabral, uma fonte contaminada

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-8997.teresa.2021.190474

Palavras-chave:

Arquivo literário, Código bibliográfico, Crítica textual, Estudos de edição

Resumo

João Cabral não foi apenas um bom poeta, mas também um crítico competente, razão pela qual é possível considerar que seus contributos tenham auxiliado a forjar parte daquilo que hoje é conhecido como sua obra. Diante da possibilidade de consultar fontes documentais que extrapolam a impessoalidade sustentada pelo poeta, abre-se a hipótese de que o artifício de demonstrar somente aquilo que o autor gostaria que fosse visto em sua produção também seja aplicável ao valor daquilo que foi omitido. Tal leitura ganha força quando observadas a republicação de Aniki bobó e a dinâmica de outros títulos frente ao código bibliográfico, visto que dão ênfase a um nível compositivo autoral pouco explorado.

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Biografia do Autor

  • Priscila Monteiro , Universidade de Coimbra

    Priscila Oliveira Monteiro Moreira é doutora em materialidades da literatura pela Universidade de Coimbra, onde defendeu a tese Compor livros de fora para dentro: impressões poéticas e tipográficas de João Cabral de Melo Neto (2021), dedicada à correspondência inédita do poeta com Lauro Escorel e ao resgate das catorze edições publicadas por O Livro Inconsútil como uma expressão poética autoral. A referida tese recebeu o Prémio Científico Mário Quartin Graça na área de Ciências Humanas em Portugal em 2022.

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Publicado

2022-08-08

Como Citar

Monteiro , P. (2022). Apagamentos críticos: João Cabral, uma fonte contaminada. Teresa, 22, 132-144. https://doi.org/10.11606/issn.2447-8997.teresa.2021.190474