Um paraíso selvagem: a Amazônia e os romances regionalistas de Raimundo Moraes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2016.104212

Palavras-chave:

Pensamento social, Literatura, Região, Amazônia

Resumo

O artigo objetiva analisar os três romances de Raimundo Moraes publicados entre os anos finais da década de 1930 e início dos anos 1940: Os Igaraúnas, O mirante do Baixo Amazonas e Ressuscitados. Ao abordar tanto os entrechos de cada uma das narrativas romanescas quanto a produção ensaística do autor, viabiliza-se uma articulação entre os elementos textuais e o contexto político e cultural. Tal articulação, por seu turno, permite que se vislumbrem não só os aspectos pitorescos da região amazônica deliberadamente visados pelo autor em seus romances, mas também faz ressaltar os embates intelectuais nos quais ele se encontrava inserido. As tramas e personagens dos romances, dessa forma, deixam entrever tanto como tais embates foram percebidos pelo autor quanto a sua concepção do papel a ser assumido pelo intelectual nesse contexto.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Marco Aurélio Coelho Paiva, Universidade Federal do Amazonas

    É graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e possui Mestrado (2000) e Doutorado (2005) em Sociologia pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professor Associado I do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amazonas, onde já coordenou o Curso de Graduação em Ciências Sociais entre 2006 e 2010 e o Programa de Pós-Graduação em Sociologia entre 2011 e 2014. Tem experiência na área de Sociologia com ênfase em Sociologia da Cultura, atuando principalmente nas linhas de pesquisa em Sociologia dos Intelectuais, Sociologia da Arte e Sociologia da Literatura. Vem desenvolvendo pesquisas e orientações em diferentes níveis (graduação e pós-graduação) que se debruçam sobre tais temáticas e é líder do Grupo de Pesquisa Sociedade e Cultura na Amazônia , grupo este que busca aglutinar diferentes pesquisadores e fomentar novas pesquisas no âmbito da Sociologia da Cultura.

Referências

Bittencourt, Agnello. (1973), Dicionário amazonense de biografias: vultos do passado. Rio de Janeiro, Conquista.

Bourdieu, Pierre. (1989), “A identidade e a representação: elementos para uma reflexão crítica sobre a ideia de região”. In: ______. O poder simbólico. Trad. Fernando Tomaz. Lisboa/Rio de Janeiro, Difel/Bertrand, pp. 107-132.

Castro, José Maria Ferreira de. (1967), A selva. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.

Cunha, Euclides da. (1999), À margem da história. São Paulo, Martins Fontes.

Galvão, Francisco. (2002), Terra de ninguém: romance social do Amazonas. Manaus, Valer/Governo do Estado do Amazonas.

Lins, José dos Santos. (1966), Seleta literária do Amazonas. Manaus, Edições do Governo do Estado do Amazonas.

Miceli, Sergio. (2001), Intelectuais à brasileira. São Paulo, Companhia das Letras.

Moraes, Marcos Antonio de. (2004), “Coelho Netto entre modernistas”. Literatura e Sociedade, 7: 102-119.

Moraes, Péricles. (1935), Legendas e águas-fortes: ensaios críticos. Manaus, Livraria Clássica.

Moraes, Raimundo. ([s. d.]a), O mirante do Baixo Amazonas. São Paulo, Companhia Melhoramentos.

_______. ([s. d.]b), Ressuscitados: romance do Purus. São Paulo, Companhia Melhoramentos.

_______. (1940), Cosmorama. Rio de Janeiro, Irmãos Pongetti, 1940.

_______. (1985), Os igaraúnas. São Paulo, Roswitha Kempf Editores.

_______. (1987), Na planície amazônica. Belo Horizonte/São Paulo, Edusp.

_______. (2001), Notas dum jornalista. Manaus, Edições do Governo do Estado do Amazonas.

Nascimento, José Leonardo do. (2011), Euclides da Cunha e a estética do cientificismo. São Paulo, Editora da Unesp.

Paiva, Marco Aurélio Coelho de. (2010), O papagaio e o fonógrafo: os prosadores de ficção da Amazônia. Manaus, Edua.

Rangel, Alberto. (2001), Inferno verde: cenas e cenários do Amazonas. Manaus, Valer/Governo do Estado do Amazonas.

Tavolaro, Sergio Barreira de Faria. (2008), “‘À sombra do mato virgem…’: natureza e modernidade em uma abordagem sociológica brasileira”. Ambiente e Sociedade, 2 (11): 273-287.

_______. (2011), “Freyre, DaMatta e o lugar da natureza na ‘singularidade brasileira’”. Lua Nova, 83: 217-257.

Tocantins, Leandro. (1987), “Um escritor nativista”. In: Moraes, Raimundo. Na planície amazônica. Belo Horizonte/São Paulo, Edusp, pp. 21-29.

Vasconcelos, Carlos de. (1922), Deserdados. Rio de Janeiro, Editora e Livraria Leite Ribeiro.

Williams, Raymond. (2014), “Região e classe no romance”. In: ______. A produção social da escrita. Trad. André Glaser. São Paulo, Editora da Unesp, pp. 299-311.

Downloads

Publicado

2016-09-06

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Paiva, M. A. C. (2016). Um paraíso selvagem: a Amazônia e os romances regionalistas de Raimundo Moraes. Tempo Social, 28(2), 229-246. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2016.104212