A cidade brasileira como espaço cultural

Autores

  • Barbara Freitag-Rouanet Universidade de Brasília. Instituto de Ciências Sociais. Departamento de Sociologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702000000100003

Palavras-chave:

cultura urbana, sociologia urbana, cidades brasileiras

Resumo

O artigo discute uma tese polêmica do filósofo tcheco Vilém Flusser, que viveu mais de 30 anos em São Paulo, depois de escapar aos nazistas que ocuparam Praga. De todas as cidades brasileiras, São Paulo é a que menos merece o título de cidade. Falta-lhe um espaço cultural inovador, apesar da riqueza e dinâmica de sua economia e de sua força política. O conceito de cidade subjacente ao pensamento de Flusser orienta-se pelo modelo da pólis grega e da cidade de Praga, antes da Segunda Guerra. Além disso, Flusser valoriza os novos códigos (de linguagem, de expressão arquitetônica, estética, musical, pictoral), capazes de integrar as influências multiculturais da história brasileira. A autora procura compreender a argumentação de Flusser, hoje comparado a um Walter Benjamin da pós-modernidade, mostrando contudo que sua tese foi precipitada. Saiu nos anos 70 de São Paulo, antes do fim da ditadura; não conheceu as grandes realizações da Bienal de Arte Moderna; não conheceu o ciclo de realizações Arte e Cidade no fim da década de 90, essencialmente baseado nas tecnologias da micro eletrônica da era digital, do PC e da internet, que ela festejava como novas linguagens.

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Publicado

2000-05-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Freitag-Rouanet, B. (2000). A cidade brasileira como espaço cultural . Tempo Social, 12(1), 29-46. https://doi.org/10.1590/S0103-20702000000100003