A sedução da etnografia da ciência
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0103-20702005000100010Palavras-chave:
Etnografia da ciência, Progresso científico, Contexto da descoberta, Contexto da justificação, SchemataResumo
Este artigo compara os resultados do exercício, peculiar aos sociólogos e antropólogos da ciência pós-kuhnianos, de documentar a prática científica cotidiana - ou o que se convencionou chamar de science-in-the-making - com os resultados advindos de um exercício análogo, relativo à arte, realizado algumas décadas antes pelo historiador da arte Ernst Gombrich. Argumenta-se que, enquanto Gombrich foi conduzido a resultados verdadeiramente auspiciosos - sendo-lhe permitido, por meio de seu empenho em estudar o que se poderia chamar de art-in-the-making, mostrar como diferentes estilos de representação pictórica se formam e evoluem -, sociólogos e antropólogos pós-kuhnianos foram conduzidos a apenas uma insossa crônica da ciência. Discute-se a razão do sucesso do primeiro e do fracasso dos últimos.
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