Para “descolonizar” o comum: um ensaio crítico sobre a obra de Dardot e Laval
DOI:
https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2021.176239Palavras-chave:
Pierre Dardot, Christian Laval, Comum, ColonialidadeResumo
A obra de Dardot e Laval sobre o comum ainda não foi submetida ao crivo da crítica da colonialidade. Diante dessa lacuna, exploram-se, neste artigo, as potencialidades “decoloniais” dessa obra – localizando-as em sua concepção construtivista do comum –, bem como suas armadilhas “coloniais” – relacionadas com os limites eurocêntricos de sua arqueologia do comum, a subestimação da heterogeneidade das relações de poder e a dificuldade de facear os limites da “língua política” autorizada pelas instituições moderno-ocidentais. Conclui-se com um convite à expansão do imaginário político do comum a partir do repertório de experiências sociais não ocidentais/ não imperiais, sob o imperativo da norma da inapropriabilidade epistêmica ou cosmopolítica.
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