Juventude, educação e trabalho no Brasil (2012-2022)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2023.215306

Palavras-chave:

Juventude, Educação, Trabalho, Desigualdades

Resumo

Ao analisar os microdados da PNAD-C (2012-2022), este artigo investiga as oportunidades educacionais e de acesso ao trabalho entre os jovens. A taxa líquida de matrícula no ensino médio avançou entre os jovens com 15 a 17 anos, mas um modelo de transições indica que as desigualdades raciais no acesso ao ensino médio aumentaram entre 2017 e 2022, enquanto a escolaridade da mãe condiciona a formação básica na idade adequada. Ademais, o papel do jovem-estudante se consolidou entre os adolescentes com 15 a 17 anos, mas, para o grupo com 18 a 24 anos, a exclusão dos estudos e do trabalho prevalece entre os jovens negros e do sexo feminino. Por fim, a residência com crianças é decisiva para o acesso a oportunidades entre as mulheres pobres.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Vitor Matheus Oliveira de Menezes, Universidade de São Paulo (USP)

    Sociólogo, com doutorado em sociologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). Atualmente, é analista sênior de pesquisas socioeducacionais na Coordenação de Pesquisa e Avaliação do Instituto Unibanco.

  • Raquel Souza dos Santos, Universidade de São Paulo (USP)

    Pedagoga, com mestrado e doutorado pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP). Atualmente, é responsável pela Coordenação de Pesquisa e Avaliação do Instituto Unibanco.

Referências

ABRAMO, Helena & VENTURI, Gustavo & CORROCHANO, Maria. (2020), “Estudar e trabalhar: um olhar qualitativo sobre uma complexa combinação nas trajetórias juvenis”. Novos Estudos CEBRAP, 39 (3): 523-542.

ABRUCIO, Fernando. (2022), “Federalismo brasileiro e projeto nacional: os desafios da democracia e da desigualdade”. Revista USP, 134: 127-142.

BELTRÃO, Kaizô & ALVES, José. (2009), “A reversão do hiato de gênero na educação brasileira no século XX”. Cadernos de Pesquisa, 39 (136): 125-156.

BOF, Alvana & MORAES, Gustavo. (2023), “Impactos da pandemia no aprendizado dos estudantes brasileiros”. Cadernos de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacionais, 7: 277-306.

BRITO, Murillo. (2014), A dependência na origem: desigualdades no sistema educacional brasileiro e a estruturação social das oportunidades. São Paulo, tese de doutorado em Sociologia, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

BRITO, Murillo. (2017), “Novas tendências ou velhas persistências? Modernização e expansão educacional no Brasil”. Cadernos de Pesquisa, 47 (163): 224-263.

CABANES, Robert. (2007), “Espaço privado e espaço público: o jogo de suas relações”. In: TELLES, Vera & CABANES, Robert (orgs.). Nas tramas da cidade: trajetórias urbanas e seus territórios. São Paulo, Associação Editorial Humanitas, pp. 389-432.

CAMARANO, Ana et al. (2006), “Estão fazendo a transição os jovens que não estudam, não trabalham e não procuram trabalho?” In: CAMARANO, Ana. (org.). Transição para a vida adulta ou vida adulta em transição? Rio de Janeiro, Ipea, pp. 259-287.

CARDOSO, Adalberto. (2013), “Juventude, trabalho e desenvolvimento: elementos para uma agenda de investigação”. Caderno CRH, 26 (68): 293-314.

CORSEUIL, Carlos & FRANCA, Maíra & POLOPONSKY, Katcha. (2020), “A inserção dos jovens brasileiros no mercado de trabalho num contexto de recessão”. Novos Estudos CEBRAP, 39 (3): 501-520.

COSTA, Joana & BARBOSA, Ana & HECKSHER, Marcos. (2022), “Desigualdades no mercado de trabalho e pandemia de COVID-19”. In: SILVA, Sandro & CORSEUIL, Carlos & COSTA, Joana. (orgs.). Impactos da pandemia de COVID-19 no mercado de trabalho e na distribuição de renda no Brasil. Brasília, Ipea, pp. 307-334.

COSTA, Joana & OLIVEIRA, Luís. (2014), “Perfil educacional dos jovens: atraso e fluxo escolar”. In: CORSEUIL, Carlos & BOTELHO, Rosana. (orgs.). Desafios à trajetória profissional dos jovens brasileiros. Rio de Janeiro, Ipea, pp. 73-114.

COSTA, Joana & ROCHA, Enid & SILVA, Claudia. (2018), “Voces de la juventud en Brasil: aspiraciones y prioridades”. In: NOVELLA, Rafael et al. (orgs.). Millenials en América Latina y el Caribe: ¿trabajar o estudiar? BID, pp. 77-120.

COSTA, Joana & ULYSSEA, Gabriel. (2014). O fenómeno dos jovens nem-nem. In: CORSEUIL, Carlos & BOTELHO, Rosana. (orgs.). Desafios à trajetória profissional dos jovens brasileiros. Rio de Janeiro, Ipea, pp. 115-140.

DAYRREL, Juarez. (2007), “A escola ‘faz’ as juventudes? Reflexões em torno da socialização juvenil”. Educação & Sociedade, 28 (100): 1105-1128.

DUBAR, Claude. (2001), “La construction sociale de l’insertion professionnelle”. Éducation et Societés, 1 (7): 23-36.

GONZALEZ, Roberto. (2009), “Políticas de emprego para jovens: entrar no mercado de trabalho é a saída? In: CASTRO, Jorge & AQUINO, Luseni & ANDRADE, Carla (orgs.). Brasília, Ipea, pp. 109-128.

GUIGINSKY, Janaína & WAJNMAN, Simone. (2019), “A penalidade pela maternidade: participação e qualidade da inserção no mercado de trabalho das mulheres com filhos”. Revista Brasileira de Estudos de População, 36: 1-26.

GUIMARÃES, Nadya. (2005), “Trabalho: uma categoria-chave no imaginário juvenil?” In: ABRAMO, Helena & BRANCO, Pedro (orgs.). Retratos da juventude brasileira. São Paulo, Instituto Cidadania e Editora Fundação Perseu Abramo, pp. 149-174.

GUIMARÃES, Nadya & BRITO, Murillo & COMIN, Alvaro (2020), “Trajetórias e transições entre jovens brasileiros”. Novos Estudos CEBRAP, 39 (3): 475-498.

LAVINAS, Lena. (2021), “The anatomy of the social question and the evolution of the Brazilian Social Security System, 1919-2020”. In: LEISERING, Lutz. (org.). One hundred years of social protection: the changing social question in Brazil, India, China, and South Africa. Cham, Palgrave Macmillan, pp. 303-342.

MADEIRA, Felícia. (1986), “Os jovens e as mudanças estruturais na década de 70: questionando pressupostos e sugerindo pistas”. Cadernos de Pesquisa, 58: 15-48.

MARTELETO, Letícia & CARVALHAES, Flavio & HUBERT, Celia. (2012), “Desigualdades de oportunidades educacionais dos adolescentes no Brasil e no México”. Revista Brasileira de Estudos de População, 29 (2): 277-302.

MENEZES, Vitor. (2023, no prelo), Qualificação profissional e intermediação pública de mão de obra: a gestão do mercado de trabalho no Brasil, 1880-2017, Organizações & Sociedade.

MIZE, Trenton & DOAN, Long & LONG, Scott. (2019), “A general framework for comparing predictions and marginal effects across models”. Sociological Methodology, 49 (1): 152-189.

MONT’ALVAO, Arnaldo & RIBEIRO, Carlos. (2020), “Youth labor market prospects in times of economic recession in Brazil”. The Annals of the American Academy of Political and Social Science, 688 (1): 38-54.

PEREGRINO, Monica. (2009), “Os estudos sobre jovens na intersecção da escola com o mundo do trabalho”. In: SPOSITO, Marilia. (org.). O estado da arte sobre juventude na pós-graduação brasileira: educação, ciências sociais e serviço social. Belo Horizonte, Argvmentvm, pp. 87-120.

PICANÇO, Felícia & MORAIS, Juliana. (2016), “Estudos sobre estratificação educacional: síntese dos principais argumentos e desdobramentos”. Educação & Sociedade, 37 (135): 391-406.

RAMOS, Lauro & AGUAS, Marina & FURTADO, Luana. (2011), “Participação feminina na força de trabalho metropolitano: o papel do status socioeconômico das famílias”. Economia Aplicada, 15 (4): 595-611.

RIBEIRO, Carlos. (2011), “Desigualdade de oportunidades e resultados educacionais no Brasil”. Dados, 54 (1): 41-87.

RIBEIRO, Carlos & CENEVIVA, Ricardo & BRITO, Murillo. (2015), “Estratificação educacional entre jovens no Brasil: 1960 a 2010”. In: ARRETCHE, Marta. (org.). Trajetórias das desigualdades: como o Brasil mudou nos últimos cinquenta anos. São Paulo, Editora UNESP, pp. 79-108.

ROCHA, Enid & VAZ, Fábio. (2020), “Os jovens que não trabalham e não estudam no contexto da pandemia de COVID-19 no Brasil”. Mercado de Trabalho (Ipea), 70: 105-121.

ROCHA, Enid et al. (2020). “Diferentes vulnerabilidades dos jovens que estão sem trabalhar e sem estudar”. Novos Estudos CEBRAP, 39 (2): 545-562.

SENKEVICS, Adriano & CARVALHAES, Flávio & RIBEIRO, Carlos. (2022), “Mérito ou berço? Origem social e desempenho no acesso ao ensino superior”. Cadernos de Pesquisa, 52: 1-25.

SILVA, Nelson & HASENBALG, Carlos. (2000), “Tendências da desigualdade educacional no Brasil”. Dados, 43 (3).

SIMIELLI, Lara & MORAES, Beatriz. (2022), “Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”. Um retrato da infância e adolescência no Brasil: Programa Presidente Amigo da Criança. São Paulo, FGV EAESP/FGVces, pp. 57-88.

SOUZA, Raquel. (2018), “E depois da escola? Desafios de jovens egressos do ensino médio público na cidade de São Paulo”. São Paulo, tese de doutorado em Educação, Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.

SPOSITO, Marília & SOUZA, Raquel. (2014), “Desafios da reflexão sociológica para a análise do ensino médio no Brasil”. In: KRAWCZYK, Nora. (org.). Sociologia do ensino médio: crítica ao economicismo na política educacional. São Paulo, Cortez, pp. 33-62.

SPOSITO, Marília & SOUZA, Raquel & SILVA, Fernanda. (2018), “A pesquisa sobre jovens no Brasil: traçando novos desafios a partir de dados quantitativos”. Educação e Pesquisa, 44: 1-24.

TOMMASI, Livia & CORROCHANO, Maria. (2020), “Do qualificar ao empreender: políticas de trabalho para jovens no Brasil”. Estudos Avançados, 34 (99): 353-371.

Publicado

2023-12-15

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Menezes, V. M. O. de, & Santos, R. S. dos. (2023). Juventude, educação e trabalho no Brasil (2012-2022). Tempo Social, 35(3), 137-160. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2023.215306