A vida concreta da poesia: o grupo Noigandres entre as arcadas e a teoria literária

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2025.225436

Palavras-chave:

Sociologia da Cultura, Poesia brasileira, Poesia concreta, Noigandres, São Paulo

Resumo

A intenção deste artigo é compreender a trajetória da poesia concreta a partir dos embates intelectuais paulistas de meados da década de 1950 a 1970. No início, intenciona-se expor como os três poetas da revista Noigandres partem de suas origens bacharelescas para o rodapé dos suplementos especializados em literaturas, impactados pela renovação na fatura crítica e de critérios de apreensão inseridos pelas novas instituições culturais e  universitárias na cena intelectual paulista. Depois, o movimento de aproximação dos debates acadêmicos e  universitários do período teve impacto na forma como os poetas concretos conduziram sua teoria e suas invenções. Por fim, o artigo termina com as trajetórias dos três poetas, que articulam elementos tradicionais e modernizantes e respondem a um contexto em transformação.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • João Victor Kosicki, Sem Registro de Afiliação

    Doutor em sociologia pela Universidade de São Paulo.

Referências

Aguiar, Gonzalo. (2005), “Fim do Concretismo”. In: Poesia Concreta Brasileira: as vanguardas na encruzilhada modernista. São Paulo, Edusp.

Arruda, Maria Arminda do Nascimento. (1995), “A sociologia acadêmica no Brasil: Florestan Fernandes e a Escola Paulista”. In: Miceli, Sérgio (org.). História das Ciências Sociais no Brasil. São Paulo, Vértice, 1995, vol. 2, pp. 107-232.

Arruda, Maria Arminda do Nascimento. (2015), Metrópole e cultura: São Paulo no meio século XX. 2. ed. São Paulo, Edusp.

Ascher, Nelson & Leite Neto, Alcino & Campos, Haroldo de. (5 abr. 1992), “A vida concreta de Haroldo de Campos”. Folha de S.Paulo, “Letras”, São Paulo.

Bandeira, Manuel. (1957), “Suplementos”. Jornal do Brasil, 1º Caderno. Rio de Janeiro, p. 5, 9 jan. 1957.

Bourdieu, Pierre. (1996), As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. São Paulo, Companhia das Letras.

Bourdieu, Pierre. (2025), “O ‘desmonte ímpio’ da ficção: O campo literário”. In: Microcosmos: Teoria dos Campos. São Paulo, Edusp.

Campos, Augusto de. (2006), “Poesia concreta (manifesto)”. In: Campos, Augusto; Pignatari, Décio & Campos, Haroldo. Teoria da Poesia Concreta: textos críticos e manifestos 1950-1960. Cotia, sp, Ateliê Editorial.

Campos, Augusto de. (18 set. 2023), Postagem no Instagram. Disponível em: https://www.instagram.com/p/CxVxMoeLYGj/?igsh=MXdudDNseHE2em10dA==, consultado em 20/05/2024.

Campos, Augusto de & Gonçalves, Marcos Augustus. (16 set. 2007), “Entrevista”. Folha de S.Paulo. Também em: http://www.poesiaconcreta.com/texto_view.php?id=10%20%85, consultado em 03/08/2017.

Campos, Haroldo de. (2006a), “Introdução à 1ª edição”. Teoria da Poesia Concreta: textos críticos e manifestos 1950-1960. Cotia, sp, Ateliê Editorial.

Campos, Haroldo de. (2006b), “Olho por olho a olho nu (manifesto)”. In: Campos, Augusto; Pignatari, Décio & Campos, Haroldo de. Teoria da Poesia Concreta: textos críticos e manifestos 1950-1960. Cotia, sp, Ateliê Editorial.

Campos, Haroldo de. (14 out. 1989), “Poesia e modernidade: o poema pós-utópico”. Folha de S.Paulo, “Folhetim”. São Paulo, n. 404.

Candido, Antonio. (2014), “A organização do 2º congresso”. In: Antunes, Benedito & Ferreira, Sandra. 50 anos depois – Estudos literários no Brasil contemporâneo. São Paulo, Editora Unesp.

Correio Paulistano. (1938), “Dr. Valentim Browne”. São Paulo, 20 de outubro 1938.

Cruz, Leandro. (2003), “Tomás Maldonado publica ‘La Speranza Progettuale: Ambiente e Società’”. Cronologia do Pensamento Urbanístico. Disponível em: https://cronologiadourbanismo.ufba.br/biografia.php?idVerbete=1515&idBiografia=99, consultado em 24/03/2025.

Diário Oficial. (1963), São Paulo, 12 de março de 1963.

Dolhnikoff, Luis. (2012), “A vanguarda como estereótipo: uma análise da poesia de Augusto de Campos”. Sibilia, 27 fev. 2012. Disponível em http://sibila.com.br/critica/a-vanguarda-como-estereotipo-uma-analise-da-poesia-de-augusto-de-campos/5182, consultado em 20/05/2024.

Entrevista de Décio Pignatari no programa Veredas Literárias. (1998), TV Cultura. Disponível em http://programaveredaliteraria.blogspot.com/, consultado em 10/03/2022.

Fausto, Boris. (25 ago. 2003), “Lembrando Haroldo”. Folha de S.Paulo, “Opinião”. São Paulo.

Franchetti, Paulo. (2012), Alguns aspectos da teoria da poesia concreta. Campinas, SP, Editora da Unicamp.

Jackson, Luiz Carlos. (2018), A tradição esquecida: Os parceiros do Rio Bonito e a sociologia de Antonio Candido. Belo Horizonte, Editora UFMG.

Jackson, Luiz Carlos & Blanco, Alejandro. (2014), Sociologia no espelho: Ensaístas, cientistas sociais e críticos literários no Brasil e na Argentina (1930-1970). São Paulo, Editora 34.

Khouri, Omar. (2015), “3. Viagens: a viagem de Décio Pignatari à Europa, nos anos 1950”. Escritos de Lisboa. Lisboa, 10 nov. 2015. Disponível em: http://www.nomuque.net/escritosdelisboa/uncategorized/3-viagens-a-viagem-de-decio-pignatari-a-europa-nos-anos-1950/, consultado em 19/05/2024

Mendes, Ricardo. (2020), “Klauss Wener: uma vida entre imagens. 1921-2018”. Disponível em https://www.academia.edu/43055360/Klaus_Werner_uma_vida_entre_imagens_1921_2018, consultado em 19/05/2024.

Moura, Flavio. (2011), Obra em construção: a recepção do neoconcretismo e a invenção da arte contemporânea no Brasil. São Paulo, tese de doutorado em Sociologia, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, FFLCH-USP, 2011.

Motta, Leda Tenório da. (set./nov. 1998), “Clima e Noigandres: A crítica literária brasileira entre dois fogos”. Revista da USP, São Paulo, 39: 120-139.

Nuernberger, Renan. (2018), “Augusto poeta morituro”. In: Bosi, Viviana & Nuernberger, Renan. Neste instante: novos olhares sobre a poesia brasileira dos anos 1970. São Paulo:, Editora Humanitas.

Pécora, Alcir. (19 mar. 2011), “Polêmica sobre o barraco ficou datada e vã”. Folha de S.Paulo, “Crítica Ensaio”. São Paulo.

Pignatari, Décio. (2003), “Conversa com Décio Pignatari”. Cadernos da Escola de Comunicação, 1 (1).

Pignatari, Décio. (2006), “Nova poesia: concreta (manifesto)”. In: Campos, Augusto; Pignatari, Décio & Campos, Haroldo. Teoria da Poesia Concreta: textos críticos e manifestos 1950-1960. Cotia, sp, Ateliê Editorial.

Pontes, Heloisa. (1998), Destinos mistos: os críticos do Grupo Clima em São Paulo (1940-68). São Paulo, Companhia das Letras.

Ramassote, Rodrigo Martins. (2006), A formação dos desconfiados: Antonio Candido e a crítica literária acadêmica (1961-1978). Campinas, dissertação de mestrado, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, IFCH-Unicamp.

Ramassote, Rodrigo Martins. (2010), “Antonio Candido em Assis e depois”. Revista do IEB, 50.

Ricardo, Cassiano. (1970), Viagem no tempo e no espaço. Rio de Janeiro, Editora José Olympio.

Sandes, Luis F. S. (jan-jun. 2021), “Uma análise da formação artística dos concretistas paulistas pelo método da biografia coletiva”. Art & Sensorium, Curitiba, 8 (1): 138-152.

Tsonis, Cristiano. (15 fev. 2021), “Apesp homenageia seu associado Augusto de Campos por seus 90 anos”. Apesp, São Paulo. Disponível em https://apesp.org.br/2021/02/apesp-homenageia-seu-associado-augusto-de-campos-por-seus-90-anos/, consultado em 20/05/2024.

Vara, Teresa. (1999), “Esboço de figurino”. In: Aguiar, Flávio (org.). Pensamento e militância. São Paulo, Editora Fundação Perseu Abramo, p. 234.

Vita, Dante Alighieri. (21 nov. 1954), “Haroldo de Campos: expressionismo e psicanálise”. Correio Paulistano, São Paulo, p. 6.

Zimmermann, Rüdiger. (2006), “Wie Dietz zur Schlange kam – Die Erfindung des Verlagssignets”. In: Graf, Angela et al. Empor zum Licht! Bonn, Dietz, pp. 59-77.

Downloads

Publicado

2025-04-29

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Kosicki, J. V. (2025). A vida concreta da poesia: o grupo Noigandres entre as arcadas e a teoria literária. Tempo Social, 37(1), 219-244. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2025.225436