Fronteiras urbanas, fronteiras de mercado: espaços em disputa na periferia paulista
DOI:
https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2025.230313Palavras-chave:
Ocupações urbanas, Mercados urbanos, Precariedade, Fazer-cidade, São PauloResumo
Com base em pesquisa etnográfica realizada na periferia de São Paulo, o artigo propõe identificar os atores e os jogos de poder inscritos nos arranjos em torno da formação de ocupações urbanas que se realiza em meio a uma trama intrincada de interesses envolvidos na expansão urbana dos mercados de terra e moradia. Ao contrário do que muitas vezes se supõe, a instalação de uma ocupação envolve arranjos, negociações e disputas entre os mais diferentes atores, que se processam na zona cinzenta que faz esborraçar as fronteiras do formal-informal, legal-ilegal. É um fazer-cidade que vai se processando nessas formas de gestão da precariedade e das urgências da vida, transformadas em oportunidades de negócios e recursos de poder. É nesta chave que se pode apreender a lógica dos mercados, acionando a expansão das fronteiras urbanas.
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