No coração da cidade: jogos de poder nos mercados populares

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2025.230454

Palavras-chave:

Mercados populares, Ilegalismos, Cidade, Trabalho

Resumo

Os mercados populares são marcados por intensos jogos de poder e de interesses. Aqui são conformadas e disputadas formas de controle, coerção e vigilância, por vias legais e extralegais, acionando no mesmo passo dispositivos agressivos de extração de renda por via da transação de mercadorias políticas e seus avatares, e que também compõem, e se compõem, com os circuitos das riquezas em disputa (Tilly, 1996). Este é o cenário de conflitualidade latente ou aberta em que os trabalhadores que resistem acionam redes de confiança e recursos de ação frente às disputas travadas em torno da lógica de funcionamento dos mercados populares e das formas de governo desses territórios, sobretudo sob o impacto da gestão diferencial da pandemia.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Ana Lídia Aguiar, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Doutora em Sociologia pelo Programa de Pós-graduação em Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, PPGS-USP. Pesquisadora colaboradora do Projeto Extensão Fronteiras Cruzadas (Laps-USP) e professora da rede pública estadual de educação.

Referências

Aguiar, Ana Lídia (2013), Entre o comércio informal e as margens do ilegal: Práticas de trabalho na rua 25 de Março. Guarulhos, dissertação de mestrado, Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo, EFLCH-Unifesp.

Aguiar, Ana Lídia (2024), Nos caminhos do Brás: disputas, trocas e resistências. São Paulo, tese de doutorado, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, FFLCH-USP.

Braudel, Fernand. (1998), Civilização material, economia e capitalismo: Séculos XV-XVIII. O jogo das trocas. São Paulo, Martins Fontes.

Certeau, Michel. (2009), A invenção do cotidiano. 1. Artes de fazer. Petrópolis, Vozes.

Das, Veena & Poole, Deborah. (2008), “El Estado y sus margenes. Etnografias comparadas”. Cuadernos de Antropogía Social, 27: 19-52. Universidade de Buenos Aires – ISSN: 0327-3776.

Foucault, Michel. (1996), Vigiar e punir: Nascimento da prisão. Petrópolis, Vozes, 1986.

Freire da Silva, Carlos. (2014), Das calçadas às galreias: Mercados populares do centro de São Paulo. São Paulo, tese de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, FFLCH-USP.

Freire da Silva, Carlos. (jan./abr. 2018), “Conexões Brasil-China: a migração chinesa no centro de São Paulo”. Cad. Metrop., São Paulo, 20 (41): 223-243.

Hirata, Daniel. (2015), “Comércio ambulante no Rio de Janeiro e em São Paulo: grupos de poder e instrumentos contemporâneos de governo”. In: Birman et al. Dispositivos urbanos e trama dos sobreviventes: ordens e resistências. Rio de Janeiro, FGV Editora, pp. 95-120.

Kassab, Gilberto. (11/05/2012), “Kassab cassa licenças para acabar com todos os camelôs”. [Entrevista cedida a] Morais, Simei. Jornal Agora, São Paulo. Disponível em https://agora.folha.uol.com.br/saopaulo/ult10103u1088788.shtml, consultado em 31/01/2025.

Misse, Michel. (2006), “As ligações perigosas: mercado informal, ilegal e narcotráfico e violência no Rio de Janeiro”. In: Crime e violência no Brasil contemporâneo. Estudos de sociologia do crime e da violência urbana. Rio de Janeiro, Lumen Juris, pp. 179-210.

Rangel, Felipe. (2021), A empresarização dos mercados populares. Trabalho e formalização excludente. Belo Horizonte, Fino Traço.

Rodrigues, Rodrigo. (27/04/2020), “Água Rasa e Pari, na Zona Leste, têm maiores taxas de mortes confirmadas ou suspeitas por coronavírus em SP”. G1 SP, São Paulo. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/04/27/agua-rasa-e-pari-na-zona-leste-tem-maiores-taxas-de-mortes-confirmadas-ou-suspeitas-por-coronavirus-em-sp.ghtml, consultado em 28/10/2023.

Telles, Vera da Silva. (2019), “Gestão dos ilegalismos, governo das populações: redefinições sob a atual gramática da ‘guerra e paz’”. III Simpósio de Antropologia Entre lo legal y lo ilegal. Monterrey, Mexico.

Telles, Vera da Silva. (2015), “As fronteiras da lei como campo de disputa”. In: Peralva, Angelina & Telles, Vera S. Ilegalismos na globalização: migração, trabalho e mercados. Rio de Janeiro, UFRJ Editora.

Tilly, Charles. (1996), Coerção, capital e estados europeus. São Paulo, Edusp.

Tilly, Charles. (jan.-jul. 2010), “Movimentos sociais como política”. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, 3: 133-160.

Weizman, Eyal. (2017), Forensic architecture: Violence at the threshold of detectability. Nova York, Zone Books.

Downloads

Publicado

2025-04-29

Edição

Seção

Dossiê - Nas tramas da cidade: produção de territórios, mercados, conflitos

Como Citar

Aguiar, A. L. (2025). No coração da cidade: jogos de poder nos mercados populares. Tempo Social, 37(1), 89-110. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2025.230454