O que tem de novo nas novas formas de trabalho? Uma análise a partir da economia política feminista
DOI:
https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2025.234337Palavras-chave:
Mercado de trabalho brasileiro, Economia política feminista, Gênero, Raça e classeResumo
Este artigo contribui para os estudos sobre as transformações recentes no mercado de trabalho brasileiro, orientado pela economia política feminista, para discutir dimensões de gênero, raça e classe. A partir de uma análise dos microdados da PNADC/IBGE para os anos de 2016, 2019 e 2022, examinamos a evolução das principais variáveis que refletem a situação de exploração, discriminação e exclusão das mulheres no mercado de trabalho. O artigo discute as complexas interações entre as esferas da produção e reprodução, o aprofundamento da precariedade e informalidade no trabalho e o surgimento de novas formas de ocupação. Essas novas modalidades de trabalho, embora possam oferecer alternativas de emancipação, também reforçam discursos liberais de "empreendedorismo” como soluções para a exclusão social, perpetuando padrões históricos de desigualdade.
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