A sociologia dos índices de sustentabilidade

Autores

  • Marina de Souza Sartore Universidade Federal de São Carlos. Núcleo de Sociologia Econômica e das Finanças

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702012000200009

Palavras-chave:

Investimento socialmente responsável, Conselhos, Sociologia econômica

Resumo

O colapso sofrido pela sociedade financeira com a crise dos subprimes em 2008 criou uma atmosfera desafiadora e favorável para o desenvolvimento de novas teorias e abordagens do sistema financeiro. Esse ambiente permite indagar sobre as possíveis ferramentas sociais e econômicas postas em prática para reerguê-lo. As práticas de Investimento Socialmente Responsável (ISR) podem ser uma delas. Alguns analistas financeiros buscam sobreviver ao ocaso de velhas práticas por meio da consideração de critérios sociais, ambientais e econômicos no momento de investir ou conceder crédito. Partindo da sociologia econômica, este artigo sugere as bases para uma investigação sobre quem são estes atores sociais que trabalham para instituir uma interface entre finanças e sustentabilidade, ou ainda, que se esforçam para criar um mercado financeiro sustentável. Explora esta questão no plano internacional, considerando os conselhos dos índices de sustentabilidade do mercado de ações no Brasil (ise), nos Estados Unidos (djsi), na Inglaterra (Ftse4Good) e na África do Sul (jse sri) como espaços sociais que evidenciam características sociológicas daquela interface. A conclusão do artigo apresenta uma análise comparativa entre estes conselhos, constituídos, por sua vez, simultaneamente pela lógica do lieu neutre e pelas particularidades dos países que representam.

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Publicado

2012-11-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Sartore, M. de S. (2012). A sociologia dos índices de sustentabilidade . Tempo Social, 24(2), 169-187. https://doi.org/10.1590/S0103-20702012000200009