A alquimia organizacional: qualificação e construção do consentimento

Autores

  • Nadya Araujo Castro Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
  • Alvaro A. Comin Centro Brasileiro de Análise e Planejamento

DOI:

https://doi.org/10.1590/ts.v10i2.86783

Palavras-chave:

Reestruturação industrial, Qualificação, Regimes fabris, Gestão do trabalho

Resumo

Dirigimos a nossa reflexão neste texto para três questões: 1) Como se têm manufaturado novas formas de consentimento em situações de reestruturação em empresas que já se caracterizavam, no contexto brasileiro, por um tipo de gestão mais moderna das relações sociais de trabalho, como é o caso de indústrias de processo na cadeia químico-petroquímica? 2) Poderse- ia dizer que uma nova alquimia organizacional dos interesses estaria em curso, a sugerir a possível emergência de um novo regime fabril? 3) Qual o lugar das estratégias e políticas empresariais com relação à qualificação neste novo arranjo institucional de interesses? Procuramos enfrentar estas indagações através da análise de quatro estudos de caso que tipificam situações diferenciadas em termos de posição das empresas na cadeia produtiva, propriedade de capital, perfil dos mercados regionais de trabalho, contextos sindicais, natureza do regime de welfare e tipo de cultura gerencial.

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Biografia do Autor

  • Nadya Araujo Castro, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

    Pesquisadora Senior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP).

  • Alvaro A. Comin, Centro Brasileiro de Análise e Planejamento

    Pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP).

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Publicado

1998-06-28

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Castro, N. A., & Comin, A. A. (1998). A alquimia organizacional: qualificação e construção do consentimento. Tempo Social, 10(2), 113-144. https://doi.org/10.1590/ts.v10i2.86783