Terra, Liberdade e Diversidade: Metáforas para o mundo digital?
DOI:
https://doi.org/10.11606/2175-974x.virus.v29.229579Palavras-chave:
Galáxia da Internet, Liberdade, Diversidade, Monoculturas, ControvérsiasResumo
Podemos elaborar metáforas sobre o ambiente complexo, dinâmico e sempre em expansão das redes digitais, como o fez o trabalho de Castells (2003) sobre a Galáxia da Internet. Porém, com seus novos usos – mesmo com a expansão de acesso da população em geral –, temos a ideia de uma possível contradição: a potencial galáxia infinita da Internet estaria cada vez mais limitada a um mundo fechado. Outra possível metáfora, que será defendida ao longo deste artigo, é a noção da terra (ou solo) como algo vivo, dinâmico, complexo e repleto de entidades vivas, como nos mostra o pensamento dos Yanomamis (Kopenawa & Albert, 2019). Tal imagem de terra como metáfora pode servir também como exemplo do que a Internet pode ser, ou poderia ter sido, em contraposição à pobreza da visão sobre terra do homem branco (Kopenawa & Albert, 2019). Este sujeito ocidentalizado e eurocêntrico a vê como algo morto ou como recurso para lucro, focando-se na monocultura da terra, ou seja, no empobrecimento da diversidade de vida (Shiva, 2003). Neste sentido, este artigo traz o pensamento de diferentes autores do Sul Global sobre uma concepção mais complexa, dinâmica e viva da terra, demonstrando como este arcabouço pode constituir uma arma teórica para se pensar a Internet, suas tensões e possibilidades, a partir do contexto brasileiro. Portanto, questionamos: até que ponto a metáfora das redes digitais como terra, ou seja, esse solo vivo, complexo, belo e diverso (Kopenawa & Albert, 2019), pode contribuir para o debate sobre as potencialidades das redes digitais? E quais limitações a monocultura de seus usos pode acarretar?
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