Eugenia maquínica do olhar: Visão computacional, etarismo e gênero
DOI:
https://doi.org/10.11606/2175-974x.virus.v28.229584Palavras-chave:
Visão computacional, Eugenia, Etarismo, Racismo, MulheresResumo
Este artigo analisa a visão computacional como um dispositivo que molda o olhar contemporâneo e aponta para seus desdobramentos políticos e estéticos na vida social. O texto discute a produção social de dados, destacando os vieses racistas, etaristas e misóginos das arquiteturas de inteligência artificial (IA) para sintetizar imagens, comentando as biopolíticas embarcadas nesses processos. Atenção especial é dada às técnicas computacionais de reconhecimento facial, destacando suas conexões com os retratos compostos de Francis Galton, que ele denominava "pinturas estatísticas", e sua disseminação no imaginário contemporâneo. Ao longo do texto, pondera-se como a visão computacional – e sua estrutura baseada em padrões – atualiza os fundamentos da imaginação eugênica, definindo campos de visibilidade que não implicarão guerras raciais genocidas, mas excluem algoritmicamente certos sujeitos e corpos do campo social e político. Com base em uma pesquisa artística em curso (Venenosas, nocivas e suspeitas, sobre plantas proibidas e mulheres apagadas da história da arte e da ciência), o ensaio aponta para a necessidade de desconstruir as potencialidades da emergente eugenia maquínica do olhar, por meio de práticas contra-hegemônicas e imagens que fogem do padrão.
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