Eugenia maquínica do olhar: Visão computacional, etarismo e gênero

Autores

  • Giselle Beiguelman Universidade de São Paulo. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

DOI:

https://doi.org/10.11606/2175-974x.virus.v28.229584

Palavras-chave:

Visão computacional, Eugenia, Etarismo, Racismo, Mulheres

Resumo

Este artigo analisa a visão computacional como um dispositivo que molda o olhar contemporâneo e aponta para seus desdobramentos políticos e estéticos na vida social. O texto discute a produção social de dados, destacando os vieses racistas, etaristas e misóginos das arquiteturas de inteligência artificial (IA) para sintetizar imagens, comentando as biopolíticas embarcadas nesses processos. Atenção especial é dada às técnicas computacionais de reconhecimento facial, destacando suas conexões com os retratos compostos de Francis Galton, que ele denominava "pinturas estatísticas", e sua disseminação no imaginário contemporâneo. Ao longo do texto, pondera-se como a visão computacional – e sua estrutura baseada em padrões – atualiza os fundamentos da imaginação eugênica, definindo campos de visibilidade que não implicarão guerras raciais genocidas, mas excluem algoritmicamente certos sujeitos e corpos do campo social e político. Com base em uma pesquisa artística em curso (Venenosas, nocivas e suspeitas, sobre plantas proibidas e mulheres apagadas da história da arte e da ciência), o ensaio aponta para a necessidade de desconstruir as potencialidades da emergente eugenia maquínica do olhar, por meio de práticas contra-hegemônicas e imagens que fogem do padrão.

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Biografia do Autor

  • Giselle Beiguelman, Universidade de São Paulo. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

    Possui graduação em História, doutorado em História Social e Livre-docência na área de Arquitetura e Urbanismo e Artes. É artista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e do Programa de Pós-graduação em Design da mesma instituição. Coordena o Projeto Temático FAPESP "Acervos Digitais e Pesquisa" e investiga o imaginário colonialista via IA e as estéticas da memória na atualidade.

Publicado

13-12-2024

Como Citar

Beiguelman, G. (2024). Eugenia maquínica do olhar: Visão computacional, etarismo e gênero . Revista V!RUS, 1(28), 14-28. https://doi.org/10.11606/2175-974x.virus.v28.229584