Topologias do cuidado: da clareira ao parque em Peter Sloterdijk
DOI:
https://doi.org/10.11606/2175-974x.virus.v30.237606Palavras-chave:
Sloterdijk, Antropotécnica, Paleopolítica, Multilateralidade, CoimunidadeResumo
Este artigo examina a articulação entre biopolítica e zoopolítica na filosofia de Peter Sloterdijk, destacando a centralidade do conceito de antropotécnica como chave para compreender a gênese da política e da civilização. Com base em uma ontogenealogia da domesticação, o estudo tem como objetivo analisar como a paleopolítica, entendida como matriz originária da habitação e da coimunidade, permite repensar a política como arte da coabitação e do cuidado. Metodologicamente, desenvolve-se uma leitura teórico-comparativa das obras de Sloterdijk em diálogo com Heidegger e Luhmann, de modo a reconstruir uma genealogia do espaço político a partir das esferas da domesticação, da vigilância e da interfacialidade. Os resultados indicam que a antropotécnica oferece um modelo pós-antropocêntrico de multilateralidade, no qual o cuidado e a técnica são compreendidos como mediações entre o humano e o não-humano, o simbólico e o material. Ao investigar as topologias do cuidado em Sloterdijk, o artigo também propõe um diálogo com o tema da multilateralidade espacial, ao compreender a antropotécnica como prática diversificada de coabitação e intercâmbio simbólico entre naturezas humanas e não humanas. Ademais, a leitura da paleopolítica como matriz da coimunidade revela que toda forma de habitar envolve uma práxis de negociação entre diferenças — culturais, técnicas e ambientais —, instaurando interlocuções e confrontos que configuram os diferentes modos de produção do comum.
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