Racionais MC’s: a constituição do negro drama como sujeito de resistência
DOI:
https://doi.org/10.11606/2175-974x.virus.v30.237836Palavras-chave:
Racionais MC’s, Raça, Mulheres, Classe, SubjetividadeResumo
Este ensaio tem por objetivo analisar, de um ponto de vista ético-político e nos utilizando de instrumentos teóricos contemporâneos, a produção musical do grupo de rappers Racionais MC’s, os quais nos oferecem condições para refletir sobre uma práxis de resistência, algumas interlocuções com o movimento negro no Brasil e as confrontações necessárias a partir de uma tal reflexão. Dividiremos o ensaio metodologicamente em três seções, correspondentes aos períodos sucessivos da mencionada produção, com o objetivo de mostrar (1) como o grupo de rappers parte inicialmente de fortes posicionamentos de classe, acentuados em sua crítica contra a desigualdade racial e social, ao mesmo tempo em que mantém posicionamentos misóginos ainda neste momento inicial da sua produção; (2) de que modo este primeiro momento tem sua continuidade em um segundo período também marcado pela crítica social, adicionando-se o que chamo de um “devir-ostentatório” na produção do grupo, em que percebemos minimizada a crítica de classe; por fim, (3) tentaremos descrever como este devir-ostentatório se torna ainda mais manifesto no terceiro momento da produção do grupo, também caracterizado por certa crítica social e pelo abandono das posições misóginas anteriores. Esse percurso tem como resultante a ideia segundo a qual o sujeito de resistência possui aspectos simultaneamente assujeitados e subjetivantes, traduzindo uma subjetividade constituída pelos mecanismos de poder que lhe são exteriores, mas também pelo próprio trabalho ético de si sobre si.
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