A edição 41 da Revista Organicom (jan./abr. 2023) traz a continuação do Dossiê “Mulheres e Feminismos”, iniciado na edição 40 (set./dez. 2022). Esta é uma reprodução do Editorial [1].
De acordo com os Editores, “aqui, destacamos as relações das mulheres com o mundo do trabalho, organizações, sociedade; também analisamos a lacuna existente na área da Comunicação como processo e produtora de sentido.
No Brasil, a cultura e as estruturas patriarcais seguem vivas e fortes e marcam de forma significativa – e também destrutiva – a experiência feminina. As mulheres ainda enfrentam inúmeras dificuldades, desigualdade de oportunidades e violência de toda sorte.
Segundo Antonio Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas, apesar das mudanças positivas, necessitaríamos ainda 300 anos para alcançar a igualdade de condições e direitos entre homens e mulheres devido ao ritmo dos avanços e aos retrocessos que testemunhamos.
Pandemia, conflitos políticos e armados, mudanças climáticas e seus respectivos impactos na vida de mulheres e crianças são alguns dos aspectos que vêm reforçando o cenário de desigualdades, além daquelas que há décadas vem sendo retratadas. Mas Guterres alerta também para os desafios de tornar as tecnologias digitais ferramentas de inclusão social e dos talentos femininos e não um meio de abuso e mais violências de gênero.
No universo organizacional não é diferente. O mercado de trabalho e o espaço organizacional são ainda estruturados por e para homens e a maioria das decisões são tomadas a partir de uma concepção masculina de mundo. Os limites para as mulheres são impostos não pela falta de capacidade ou de vagas, mas por condições estruturais e culturais. Além disso, é fundamental abordar as diferentes discriminações e interseccionalidades que tornam esse trajeto um labirinto impossível, pois esse grande coletivo que chamamos de “mulheres” não é homogêneo e não partimos do mesmo ponto de saída. Por isso mesmo, precisamos ampliar o olhar da igualdade para a equidade de gênero.
Para as empresas, instituições públicas e organizações faltam dados, repertório e intenção para gerar as mudanças culturais profundas que a equidade de gênero requer, além de pressão e políticas públicas que fomentem o movimento.
Saiba mais sobre a revista: https://www.revistas.usp.br/organicom/about
== REFERÊNCIA ==
[1] FERRARI, M. A.; SARAIVA, S. P. Dossiê 41 – Mulheres e Feminismos: mundo do trabalho, organizações e sociedade. Organicom, [S. l.], v. 20, n. 41, p. 11-16, 2023. DOI: https://www.doi.org/10.11606/issn.2238-2593.organicom.2023.209630. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/organicom/article/view/209630. Acesso em: 25 mar. 2023