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Alfabetização midiática e a checagem dos fatos

A pandemia de Covid-19 impactou diversos setores da sociedade, entre eles, acelerou o declínio dos meios de comunicação social regionais, aqueles que realizam a cobertura noticiosa das realidades mais locais.

As dificuldades financeiras enfrentadas pelo jornalismo de proximidade resultou na diminuição da mão-de-obra profissionalizada nas redações, impactando na falta de verificação dos conteúdos regionais abrindo espaço para a disseminação de desinformação ou de informação incorreta no espaço público em um nível local.

Já a checagem de fatos é uma tarefa que consome tempo e recursos humanos, em geral pouco abundantes em redações interioranas, principalmente nos “desertos de notícias”, onde a situação se torna ainda mais drástica.

Esses “desertos” ocorrem em comunidades, rurais ou urbanas, com acesso limitado a notícias e informações confiáveis, as quais alimentam a democracia em um nível mais local.

Nesse contexto, o artigo intitulado “Alfabetização midiática por meio da checagem de fatos: uma proposta de pesquisa-ação” publicado na revista Comunicação & Educação – Mídia,  juventude e democracia: o desafio da Educação, apresenta a experiência do desenvolvimento de uma agência laboratorial de checagem de fatos do curso de jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul no Instagram (@agenciaveracidade), na qual explora a alfabetização midiática.

De acordo com as autoras, com a circulação de desinformação em escala ciclópica nas plataformas digitais, a agência foi criada com o objetivo de se contrapor à desordem informacional em âmbito regional, além de criar espaços de debate e aprendizagem teórico-prático de estudantes universitários para uma formação sólida e atenta aos procedimentos jornalísticos.

Contrapor a desordem informacional exige mais do que o sentido de realidade e presenteísmo do discurso sonoro. É necessário prover a audiência de debate plural e atuar com transparência e independência no tratamento da informação, livre de constrangimentos publicitários e acordos com grupos de interesse político e econômico da localidade.

Com a participação de bolsistas, de janeiro a outubro de 2023 foram publicados 47 conteúdos no Instagram,  34 checagens de fatos em diversos formatos, variando entre reportagem, cards (chamados também carrossel), vídeos com recortes de entrevista, reels (selfies gravadas) e lives.

Ainda de acordo com as autoras, cabe reforçar que este artigo apresenta os resultados iniciais de um longo processo de organização e produção, apontando os métodos utilizados para tal formação, visando a alfabetização midiática de usuários do Instagram, a formação de estudantes de jornalismo a partir da experiência no debate e o desenvolvimento de conteúdo de checagem, servindo também como um lugar de autocrítica pelo trabalho desenvolvido.

Vale a leitura!

== Referência ==

FENELON, Tais Marina Tellaroli; ZANIN, Camila. Alfabetização midiática por meio da checagem de fatos: uma proposta de pesquisa-ação. Comunicação & Educação, São Paulo, Brasil, v. 29, n. 2, p. 201–217, 2024. DOI: 10.11606/issn.2316-9125.v29i2p201-217. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/224184.. Acesso em: 5 fev. 2025

Sobre a Revista Comunicação & Educação

A Revista é voltada para área dos estudos em Comunicação, sobretudo, para as interrelações Comunicação/Cultura/Educação. Saiba mais: https://www.revistas.usp.br/comueduc

Possui como missão o desenvolvimento de um conhecimento crítico, capaz de evidenciar que: os meios de comunicação estão presentes no cotidiano das pessoas e nelas introjetados, de tal modo que, onde houver seres humanos, os meios estarão presentes. A partir dessa premissa, a revista Comunicação & Educação tem compromisso em difundir conteúdos que permitam ao comunicador, ao educador e ao educomunicador conhecer e utilizar os meios, com vistas à consecução de objetivos do desenvolvimento de um pensamento crítico, comprometido com os direitos sociais, a democracia e a cidadania.

Público – Comunicação & Educação se destina a um público constituído por Pesquisadores da interface comunicação/educação; Professores (de todos os níveis de ensino); Educadores (Diretores de instituições públicas e particulares de ensino, Responsáveis por Departamentos em Secretarias de Educação; Profissionais de Comunicação (Produtores de TV e Rádio educativos, Editores, etc.); Estudantes de pedagogia e de comunicação, Especialistas, Graduandos e Pós-graduandos, gestores que atuem na inter-relação da comunicação e da educação.

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