A imagem que temos na mente sobre o autismo, muitas das vezes, é construída a partir de mitos, percepções e estereótipos manipulados por determinados grupos sociais no decorrer dos tempos, além de ganharem forças, são julgados sendo verdades absolutas.
Eles utilizam ideias preconcebidas de como funciona, pensa e age o autista. Como, por exemplo, dizem que todo “ autista vive no seu próprio mundinho”, não gosta de contato físico ou todos se balançam quando estão em crise, etc. São características subjetivas sem nenhum conhecimento profundo que acabam caindo no senso comum das pessoas.
E simplesmente o portador de TEA tem um olhar diferenciado do convencional, e vê o mundo de uma forma própria. De modo geral, o autista possui características que afetam a comunicação e interação social, além de apreciarem condutas repetitivas e atividades ou assuntos restritos.
O artigo intitulado “O “olhar” da imagem do transtorno do espectro autista em the good doctor e atypical” publicado na recente edição da revista Alterjor estabelece uma análise comparativa sobre a construção da imagem do portador do Transtorno do Espectro Autista (TEA) nos posts/cartazes de divulgação de duas séries que trazem como tema central o autismo.
As séries analisadas são The Good Doctor (O Bom Doutor) e Atypical, ambas de 2017, a série The Good Doctor na sétima temporada e a Atypical na sua quarta temporada.
Através dos conceitos de dois estudiosos da teoria da imagem, Mitchell (2015) e Didi-Huberman (2012), com o suporte metodológico da análise de imagem fixa descrita por Mendes (2019) as autoras apresentam as interpretações dos principais signos e símbolos do autismo nos posts retratados das séries de maior longevidade no audiovisual, que trazem dois protagonistas com TEA.
O artigo teve como objetivo relacionar as semelhanças, divergências e as ideias relacionadas à imagem do portador de TEA nos cartazes. O que elas querem passar ao espectador? Qual o tipo de sensação que as imagens dos posts revelam sobre o autismo como porta de entrada para o espectador querer assistir as séries?
Saiba mais:
ROSA, Adriana; FERREIRA, Raquel Carriço. O “olhar” da imagem do transtorno do espectro autista em The Good Doctor e Atypical. Revista Alterjor, São Paulo, Brasil, v. 30, n. 2, p. 71–87, 2024. DOI: 10.11606/issn.2176-1507.v30i2p71-87. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/alterjor/article/view/223864. Acesso em: 27 jul. 2024.
Sobre a revista Alterjor
A revista Alterjor é uma publicação semestral do Grupo de Pesquisas Alterjor (Escola de Comunicações e Artes da USP), que tem como foco o jornalismo popular e alternativo.
O primeiro termo se define pelas práticas jornalísticas realizadas em organizações do movimento social e popular, incluindo o chamado Terceiro Setor, que tenham, como objetivos centrais, o fortalecimento institucional de tais organizações e a socialização de temáticas que envolvam a defesa da cidadania e que defendam o protagonismo de segmentos sociais não hegemônicos.
Já o jornalismo alternativo se conduz pelas experiências de jornalismo nas diversas mídias que tenham, como objetivo central, fomentar o debate público sobre as mesmas temáticas delimitadas na definição de jornalismo popular.
Com isso, Alterjor convida o leitor a pensar sobre a viabilidade da democratização da comunicação para todos os segmentos da sociedade.