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Estudo comprova os resultados positivos da meditação em relação à dor e à fibromialgia

Release de Margareth Artur para o Portal de Revistas da USP, São Paulo, Brasil

A dor é uma sensação de sofrimento físico, psíquico ou emocional. Ninguém gosta de sentir dor, principalmente se ela for crônica. A dor crônica atinge de 29,3 a 73,3% da população brasileira, e, é maior entre mulheres.

Quando alguém apresenta dores no corpo só pelo toque das mãos, sem que não seja apontada a causa, mesmo por todo tipo exame disponível na medicina, é provável que essa pessoa seja portadora de fibromialgia, cujos sintomas físicos de dor generalizada podem ocultar processos como ansiedade, depressão, cansaço, dor de cabeça e insônia.

A fibromialgia não conta com uma causa determinada específica, sendo possível tratar não só com medicamentos, mas principalmente por processos de terapias diversas direcionadas para “curar” várias espécies de problemas emocionais. Uma dessas terapias para a dor é denominada mindfulness, a meditação que foca na respiração, no indivíduo como um ser presente no “aqui e agora”.

O artigo da revista SMAD. Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool Drogas relata um estudo sobre esse assunto, realizado para verificar os resultados dos “efeitos do mindfulness associado com educação em neurociências da dor na percepção da dor, sono e capacidade funcional de adultos com fibromialgia”.  Participaram da pesquisa um grupo que realizou o procedimento mindfulnesse outro grupo que não o realizou.

A expressão mindfulness pode ser traduzida por “atenção plena”, que se fundamenta em uma técnica de meditação voltada para a atenção do indivíduo apenas em sua respiração. Segundo a pesquisa, essa técnica tanto favorece os portadores de fibromialgia quanto os portadores de dores crônico-degenerativas que influenciam na “independência e na qualidade de vida”, principalmente entre os idosos.

A dor, como sabemos e sentimos, limita nossas atividades diárias e, no caso da fibromialgia, muito mais, pois ela abala o equilíbrio emocional, “psicológico, biológico e espiritual” do indivíduo, impondo alterações no convívio em sociedade, na sexualidade, interferindo nas contas bancárias das pessoas, com possíveis prejuízos econômicos, e uma crescente má qualidade de vida.

Nesse contexto, observa-se que a prática de mindfulnessintegra a mente e o corpo” na medida em que foca no presente, afastando do pensamento situações desagradáveis do passado e da ansiedade pelo futuro.

Meditar é reduzir a atividade do sistema nervoso simpático, induzindo uma menor ativação neural, o que faz “reduzir o trabalho dos mecanismos cerebrais que são responsáveis pela sensibilização das regiões o cérebro por exercerem influências nos processos dolorosos, e, assim, como a quantidade de melatonina e serotonina aumentam, há uma significativa diminuição de estresse e sintomas decorrentes.

Destaca-se que o mindfulness, atualmente, repercute no âmbito das ciências como técnica eficiente, sobretudo em relação às Neurociências, pelos resultados positivos e “contribuições em nível cerebral”, e também pelos resultados obtidos relatados na literatura e na pesquisa mostrada no artigo, vista a comprovação dos benefícios para insônia, ansiedade, ansiedade, humor, seja em idosos, seja em indivíduos de qualquer faixa etária que portem fibromialgia, dores crônicas e demais situações relacionadas à dor.

Os autores revelam que “não foi avaliado o nível de atenção dos participantes” e não se levou em conta a complexidade da técnica do mindfulness, “o que pode ser importante para a compreensão integral do quadro do paciente e atender as possíveis dificuldades que ele pode encontrar com a técnica”.

O estudo confirma a eficácia da técnica mindfulness e dos procedimentos que fazem uso daquela em parceriacom a prática da educação em “neurociência da dor”, com o intuito de amenizar a sensação que aflige e restringe a vida dos pacientes com a doença.

Esse tipo de meditação, na prevalência da atenção do indivíduo apenas para sua respiração, em outras palavras, para o momento presente, é como parar o tempo e as preocupações, no esquecimento das tensões do passado e deixando-se de lado as expectativas ansiosas para o futuro.

Esse romper e essa parada propiciam calma e serenidade e, por consequência, a diminuição das dores, assim tratadas de forma mais natural para que não se lance mão do uso abusivo de medicações que, se complementares, podem ajudar em momentos mais graves, mas podem gerar efeitos colaterais mais desagradáveis que a própria dor.

Artigo 

CARVALHO, Lucas Pelegrini Nogueira de;ARAÚJO, Lilian Silva; AVELAR, Maria do Perpétuo Socorro Lage; SAY, Karina Gramani. Efeitos da meditação associada a educação em neurociências da dor em adultos com fibromialgia: ensaio clínico controlado e randomizado. SMAD. Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. São Paulo, v. 16, n. 2, p. 03 – 13, 2020. ISSN: 1806-6976. DOI: https://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2020.167602. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/smad/article/view/167602. Acesso em: 07 abr. 2021.

Contatos

Lucas Pelegrini Nogueira de Carvalho – Professor da Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Gerontologia, São Carlos, SP.

Lílian Silva Araújo – Professora da Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Gerontologia, São Carlos, SP.

Maria do Perpétuo Socorro Lage Avelar – Sarvananda Casa de Yoga, São Carlos, SP.

Karina Gramani Say – Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Gerontologia, São Carlos, SP.

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