À procura d'água: cata-ventos americanos nos jardins de Fortaleza
DOI:
https://doi.org/10.1590/1982-02672017v25n0302Palavras-chave:
Cata-ventos, Jardins, Fortaleza, Relações Brasil-Estados Unidos, Séculos XIX e XXResumo
Este artigo reflete sobre a relação entre os atributos do meio natural e o cultivo de jardins públicos entre o final do século XIX e o início do XX na cidade de Fortaleza, localizada na região Nordeste do Brasil. Trata, primeiramente, das espécies vegetais arbóreas utilizadas e da criação de lagos nos jardins públicos, relacionados aos aspectos hídricos e à abundância de sol na cidade. A seguir, aborda a presença de cata-ventos ou moinhos eólicos americanos, documentando sua procedência e utilidade para o bombeamento d’água subterrânea, armazenada em reservatórios de ferro, bem como a relevância desse sistema para a irrigação dos jardins e seu desmonte. O artigo privilegia fontes documentais escritas e iconográficas, a exemplo de jornais, álbuns, revistas, fotografias, cartões-postais, bem como registros de cronistas e memorialistas e literatura especializada sobre cata-ventos americanos, ampliando o quadro de referências para a historiografia do paisagismo no Brasil no que diz respeito à presença de artefatos utilitários na manutenção dos jardins públicos.Downloads
Referências
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