A autobiografia e o diário como feridas na lógica da representação literária

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v0i19p72-83

Palavras-chave:

Marguerite Duras, Nuno Ramos, Vera Lins, Jacques Derrida, escrita autobiográfica

Resumo

Este artigo propõe pensar três momentos do trabalho de construção da escrita em Marguerite Duras, em Nuno Ramos e em Vera Lins, como inseparável de um trabalho simultâneo de destruição, reencenando a relação tensa entre obra e não-obra, em que a escrita estaria justamente no intervalo entre o já escrito e o por escrever. Os textos aqui analisados não estão integralmente ao lado da literatura, pelo contrário, eles mostram como são afetados por aquilo que, a princípio, deveria ser seu fora: a autobiografia e o diário. Tensão que não deixa de ser, para dizer com Jacques Derrida, uma paixão da literatura

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Flavia Trocoli Xavier Silva, Universidade Federal do Rio de Janeiro
    Professora de Teoria Literária do Departamento de Ciência da Literatura da UFRJ

Referências

AGOSTINHO, Santo, Bispo de Hipona. Confissões. Tradução: J. Oliveira Santos e A. Ambrósio de Pina. Petrópolis, Vozes, 2015.

ANDRADE, Paulo Fonseca de. “Só os loucos escrevem completamente”. Letras e Letras. Uberlândia 26, 2010.

ÂREAS, Vilma. Metamorfoses (Observações sobre O pão do corvo de Nuno Ramos). In: http://nunoramos.com.br/portu/depo2.asp?flg_Lingua=1&cod_Depoimento=29. Consultado em 10/10/2014.

ARFUCH, Leonor. O espaço biográfico: dilemas da subjetividade contemporânea. Tradução: Paloma Vidal. Rio de Janeiro, EDUERJ, 2010.

ARMEL, Aliette. Marguerite Duras et l’autobiographie. Paris, Le Castor Astral, 1990.

BARTHES, Roland. A câmara clara. Tradução: Julio Castañon Guimarães. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2000.

BATAILLE, George. A parte maldita, precedida de “A noção de dispêndio”. 2 ed.rev. Tradução: Júlio Castañon Guimarães. Belo Horizonte, Autêntica Editora, 2013.

BENNINGTON, G. Jacques Derrida par Geoffrey Bennington et Jacques Derrida. Paris: Seuil, 1991.

BENNINGTON, G. Jacques Derrida por Geoffrey Bennington e Jacques Derrida. Tradução: Anamaria Skinner; revisão técnica: Márcio Gonçalves. Rio de Janeiro, Zahar, 1996.

BLANCHOT, Maurice. “O diário íntimo e a narrativa”. In: O livro por vir. Tradução: Leyla Perrone-Moisés. São Paulo, Martins Fontes, 2005.

DERRIDA, Jacques. O monolinguismo do outro. Tradução: Fernanda Bernardo. Porto: Campo das Letras, 2001.

DERRIDA, Jacques. Demorar: Maurice Blanchot. Tradução: Flavia Trocoli e Carla Rodrigues. Florianópolis: Editora UFSC, 2015.

DERRIDA, Jacques. O animal que logo sou (A seguir). Tradução: Fabio Landa. Editora da UNESP, 2002.

DURAS, Marguerite. (1984). O amante. Tradução: Aulyde Soares Rodrigues. Rio de Janeiro: O Globo. São Paulo, Folha de S. Paulo, 2003.

DURAS, Marguerite. (1950). Barragem contra o Pacífico. Tradução: Eloisa Araújo Ribeiro. São Paulo, Arx, 2003.

DURAS, Marguerite. (1985) A dor. Tradução: Vera Adami. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1986.

FOUCAULT, Michel. Sobre Marguerite Duras. In: Ditos & Escritos III. Organização e seleção de textos: Manoel Barros da Motta. Tradução: Inês Autran Dourado Barbosa. 2 ed. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 2006.

FREUD, Sigmund. Luto e melancolia. Tradução, introdução e notas: Marilene Carone. São Paulo, Cosac Naify, 2011.

JOUVENOT, Christian. Marguerite et sa folie: Marguerite Duras et sa mère. Paris, Harmattan, 2008.

KLINGER, Diana. Escritas de si, escritas do outro: o retorno do autor e a virada etnográfica. 2ª Ed. Rio de Janeiro, 7 Letras, 2012.

LACAN, Jacques. Homenagem a Marguerite Duras. In: Outros escritos. Tradução: Vera Ribeiro. Versão final: Angelina Harari e Marcus André Vieira. Preparação de texto: André Telles. Rio de Janeiro, Zahar, 2003.

LAFETÁ, João Luiz. O mundo à revelia. In: A dimensão da noite. Organização: Antonio Arnoni Prado. São Paulo, Duas Cidades/Editora 34, 2004.

LINS, Vera. Desejo de escrita. Rio de Janeiro, Sete Letras, 2013.

MORETTI, Franco. O burguês: entre a literatura e história. Tradução: Alexandre Morales. São Paulo, Três Estrelas, 2014.

POMMIER, Gérard. A exceção feminina, os impasses do gozo. 2ª ed. Tradução Dulce Duque Estrada, Rio de Janeiro, Zahar, 1991.

PROUST, Marcel. O tempo redescoberto. Tradução: Lúcia Miguel Pereira. São Paulo, Globo, 2004.

RAMOS, Nuno. Minha Fantasma. São Paulo, 98-99. Edição do Autor.

RAMOS, Nuno. Ensaio Geral: roteiros, ensaios, memórias. São Paulo, Globo, 2007.

TROCOLI, Flavia. “[...]”. In: Milán-Ramos, J.G. & Leite, Nina. Terra-Mar: litorais em psicanálise. Campinas: Mercado de Letras, 2010.

Downloads

Publicado

2017-12-02

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Silva, F. T. X. (2017). A autobiografia e o diário como feridas na lógica da representação literária. Revista Criação & Crítica, 19, 72-83. https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v0i19p72-83