Greimas e a semiótica do mundo natural
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2017.141608Palavras-chave:
Greimas, mundo natural, fenomenologia, percepção, Merleau-PontyResumo
Entre as disciplinas com que A. J. Greimas teve contato em sua formação aparece a fenomenologia, corrente filosófica que apresentou em termos renovados a delicada questão da relação entre a linguagem e o mundo. Como se sabe, a exigência epistemológica assumida por Greimas acabou por afastá-lo do fenômeno da referência, por ele considerado indecidível, levando-o a abraçar, sobretudo, a vertente construtivista da fenomenologia, a ideia de que o “fenômeno” requer o logos para mostrar-se. Por outro lado, ele não deixa de afirmar incisivamente em Semântica estrutural que “as significações do mundo humano situam-se no nível da percepção”. O problema da relação entre o sentido e um sensível não unicamente textual permanece, portanto, à espera de resposta. Foi tal problema que determinou o projeto greimasiano de uma “semiótica do mundo natural”, que não chegaria a ter todos os desenvolvimentos prometidos. O objetivo deste artigo é submeter esse conceito a uma apreciação crítica, mediante a sua colocação em contexto. Gostaríamos também de expor suas potencialidades – reveladas mais claramente neste século XXI, quando os avanços de novos conhecimentos permitem solucionar questões que não podiam ser abordadas há 50 anos – e os desafios trazidos por elas para a semiótica geral.
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