Ensaio sobre a tipografia brasileira
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.v21i36p194-208Palavras-chave:
Tipografia. Brasil. Tipografia vernacular. Design gráfico brasileiro. Língua portuguesa escrita.Resumo
A tipografia “vernacular” tem sido associada a uma resposta à exigência do design brasileiro de possuir uma tipografia nacional, como forma de pôr em dia um atraso nessa área, em relação a outros países. No entanto aceitar tal tipografia como única resposta apresenta problemas, quando se leva em consideração o contexto de dominação cultural em que se deram as manifestações brasileiras, entre outras questões. Este trabalho mostra que há outras possibilidades para se responder à questão da tipografia brasileira. A principal delas é a de que, se a escrita é abstrata, sua vertente brasileira deve se reportar, antes de tudo, ao português falado e escrito no Brasil: suas especificidades e manifestações locais. Ao analisar pares de caracteres em romances de Machado de Assis, chega-se a algumas possibilidades de se enxergar o que é peculiar ao português escrito. A conclusão dessa análise é a de que o português exige uma tabela de kerning específica, e que manifestações nesse sentido devem levar em conta nossa história, uma história de dominação cultural.
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