Descontinuidades indigenistas e espaços vividos dos Guarani

Autores

  • Marta Amoroso Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2015.102101

Palavras-chave:

Guarani, territorialidade, tutela, aldeamentos indígenas, missões capuchinhas

Resumo

Os aldeamentos indígenas do império (1845-1889) constituem uma instigante descontinuidade na série de registros da política indigenista colonial e da ação missionária cristã: antecederam a elaboração da Lei de Terras (1850) e instituíram, por meio do programa de Catequese e Civilização dos índios, um regime de governo pautado pela tutela do Estado e por uma nova definição de seu território. Fruto de uma política indigenista paradoxal, os aldeamentos indígenas dispuseram os índios ao convívio com colonos nacionais e estrangeiros. Neste artigo, busca-se acompanhar a mobilidade e a forma de uso do território dos aldeamentos pelos Guarani. Propomos que as dinâmicas — assim como o padrão de uso do território dos aldeamentos pelos Guarani — presentes nas inscrições missionárias possam ser melhor qualificadas quando em aproximação com registros etnográficos contemporâneos, atentos aos elementos culturais que orientam a ocupação das terras pelos Guarani da região do sudoeste de São Paulo e oeste do Paraná. O que os historiadores apreendem como os vestígios esquálidos da missão capuchinha do século XIX — o mosteiro e o cruzeiro —, nas narrativas guarani pontilham uma cartografia de lugares vividos pelos parentes, a topografia sendo uma referência de relações. 

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Publicado

2015-08-12

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

Amoroso, M. (2015). Descontinuidades indigenistas e espaços vividos dos Guarani. Revista De Antropologia, 58(1), 105-148. https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2015.102101