Retrato, pessoa e imagem: o universo fotográfico de Madalena Schwartz
DOI:
https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2016.124819Palavras-chave:
retrato, fotografia, pessoa, imagem, indivíduo, Madalena SchwartzResumo
Este artigo empreende uma análise da obra de Madalena Schwartz, fotógrafa húngara radicada em São Paulo desde a década de 1960, responsável por constituir um acervo visual do Brasil no final do século xx por meio do retrato. A partir de sua obra, exploro o significado do retrato na construção do imaginário moderno e seus rebatimentos nas discussões conceituais sobre imagem, fisicalidade, pessoa, semelhança e indivíduo na antropologia. A reflexão que empreendo sobre os retratos de Madalena Schwartz segue conceitualmente a virada fenomenológica na formulação teórica sobre a fotografia nas ciências sociais, que privilegia mais o nível experiencial do que o semiótico. O retrato, assim, envolve engajamento e experiência, sendo constituído por meio de relações sociais. Nesse sentido, o retrato é tomado enquanto materialização da relação entre o fotógrafo e o fotografado.
Downloads
Referências
ACKER, Kerry. 2004. Dorothea Lange. Philadelphia, Chelsea House Publishers.
ANTONIONI, Miguelangelo. 1966. Blow-up. Itália/Inglaterra.
ARAUJO, Cicero. 2006. “Representação, retrato e drama”. Lua Nova, n. 67: 229-260.
BAILEY, David. 1984. Face, December.
BAKER, George. 1996. “Photography between Narrativity and Stasis: August Sander, Degeneration, and the Decay of the Portrait”. October, vol. 76: 72-113.
BAXANDALL, Michael. 1972. Painting and Experience in Fifteenth Century Italy. Londres, Warburg Institute/ University of London.
BECK, Otto Walter. 1907. Art Principles in Portrait Photography. Nova York, The Baker & Taylor Company Publishers.
BOURDIEU, Pierre e BOURDIEU, Marie-Claire. 2006. “O camponês e a fotografia”. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, vol. 26: 31-39.
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. 1997. “Apresentação”. In schwartz, M. (org.), Personae. São Paulo, Companhia das Letras.
BURCKHARDT, Jacob. 2000. O retrato na pintura italiana do renascimento. Campinas, Ed. da Unicamp.
BRUSSELE, Michael e WILSON, David. 1994. The Perfect Portrait Guide: How to Photograph People. Sussex, Roto vision.
COSTA, Helouise e SILVA, Renato Rodrigues. 2004. A fotografia moderna no Brasil. São Paulo, Cosac Nayfi.
DELEUZE, Gilles. 2005. A imagem-tempo. Cinema 2. São Paulo, Brasiliense.
DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. [1980] 1987. “Year Zero: Faciality”. In A Thousand Plateaus: Capitalism and Schizophrenia. Minneapolis, University of Minnesota Press, pp.167–91.
EDWARDS, Elizabeth. 2001. Raw Histories. Photographs, Anthropology and Museum. Oxford, Berg. 2002 “Material Beings: Objecthood and Ethnographic Photographs”. Visual Studies, vol. 17, n.1: 67-75.
EDWARDS, Elizabeth. 2006. Sensible Objects. Colonialism, Museums and Material Culture. Oxford, Berg.
EDWARDS, Elizabeth. 2011. “Tracing Photography”. In RUBY, J. e BANKS, M. (orgs.), Made to be Seen: Perspectives on the History of Visual Anthropology. Chicago, University of Chicago Press, pp. 159-189.
EDWARDS, Elizabeth. 2012. “Objects of Affect: Photography Beyond the Image”. Annual Review of Anthropology, vol. 41: 221–34.
EDWARDS, Elizabeth; GOSDEN, Chris; e PHILLIPS, Ruth B. 2006. Sensible Objects. Colonialism, Museums and Material Culture. Oxford, Berg.
EPSTEIN, Jean. 1983. “A inteligência de uma máquina”. In XAVIER, I. (org.), A experiência do cinema. Rio de Janeiro, Graal, pp. 283-287.
ERTEM, Fulya. 2006. “The Pose in Early Portrait Photography: Questioning Attempts to Appropriate the Past”. Image [&] Narrative, vol. 14: 76-95.
FABRIS, Ana Teresa. 2004. Identidades virtuais. Uma leitura do retrato fotográfico. Belo Horizonte, Editora da ufmg.
FOUCAULT, Michel. 1981. Esto no es una Pipa. Ensayo sobre Magritte. Barcelona, Anagrama. 2000 As Palavras e as Coisas. Uma arqueologia das ciências humanas. São Paulo, Martins Fontes.
FREEDBERG, David. 1989. The Power of Images. Studies in the History and Theory of Response. Chicago, The University of Chicago Press.
FREUND, Gisele. 1980. Photography & Society. Boston, David R. Godine Publisher.
GEERTZ, Clifford. 1997. “A arte como um sistema cultural”. In GEERTZ, C. O saber local. Novos ensaios em antropologia interpretativa. Petrópolis, Editora Vozes.
HACKETT, Pat. 2012. “Introdução”. In WARHOL, A. Diários de Andy Warhol (1976-1981). Porto Alegre, l&pm.
HAMMOND, Arthur. 1920. Pictorial Composition in Photography. Boston, American Photographic Publishing Company.
HARVEY, John. 2007. Photography and Spirit. Londres, Reaktion Books.
HEAD, Scott. 2009. “Olhares e feitiços em jogo: uma luta dançada entre imagem e texto”. In GONÇALVES, M. e HEAD, S. (orgs.), Devires imagéticos. A etnografia, o outro e suas imagens. Rio de Janeiro, 7letras.
HITCHCOCK, Alfred. 1954. Janela indiscreta. Estados Unidos.
HOBBES, Thomas. 1983. Leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. (Coleção Os Pensadores). São Paulo, Abril Cultural.
HOLME, Charles. 1905. Art in Photography. Nova York, Offices of the studio publisher.
JONES, Amelia. 2002. “The ‘Eternal Return’: Self Portrait Photography as a Technology of Embodiment”. Signs, vol. 27, n. 4: 947-978.
KEATING, Patrick. 2006. “Studies from the Portrait to the Close-Up: Gender and Technology in Still Photography and Hollywood Cinematography”. Cinema Journal, vol. 45, n. 3: 90-108.
KRAUSS, Rosalind. 2002. O fotográfico. Barcelona, Editorial Gustavo Gili.
LACAN, Jaques. [1964] 1981. “What is a Picture?” In The Four Fundamental Concepts of Psycho-Analysis. Nova York, w. w. Norton Editor.
LÉVY-BRUHL, Lucien. 1910. Les Fonctions mentales dans les sociétés inférieures. Paris, Alean. 1922 La Mentalité primitive. Paris, Alean.
MASKELL, Henry. 1912. Photography. Nova York, Doubleday Page & Company.
MAUSS, Marcel. 2001. Sociologia e antropologia. São Paulo, Cosac Naify.
MENEZES, Paulo. 2000. “Blow Up - imagens e miragens”. Tempo Social, São Paulo, vol. 12, n. 2: 15-35.
MITCHELL, WIlliam J. T. 2005. What do Pictures Want? The Lives and Loves of Image. Chicago, The University of Chicago Press.
MOURA, Flavio e TITAN JR., Samuel. 2012. “Uma figura singular”. In SCHWARTZ, M., Crisálidas. São Paulo, Instituto Moreira Salles, pp.8-14.
NEWHALL, Beaumont. 2001. The History of Photography from 1839 to the Present. Nova York, The Museum of Modern Art.
NOVAES, Sylvia Caiuby. 2008. “Imagem, magia e imaginação: desafios ao texto antropológico”. Mana, vol. 14, n. 2: 455-475.
O’BRIEN, Michael F. e SIBLEY, Norman. 1995 The Photographic Eye. Learning to See with a Camera. Worcester, Davis Publications.
PENN, Irvin. 1977. “Interview”. In JANIS, P. (org.), Photography within the Humanities. New Hampshire, Addison House Publishers.
PINNEY, Christopher e THOMAS, Nicholas. 2001. Beyond Aesthetics. Art and the Technologies of Enchantment. Oxford, Berg.
PINNEY, Christopher e THOMAS, Nicholas. 2004 “Photos of the Gods”: The Printed Image and Political Struggle in India. Londres, Reaktion Books.
SAMAIN, Etienne. 2012. “As peles da fotografia: fenômeno, memória/arquivo, desejo”. Visualidades, Goiânia, vol.10, n.1: 151-164.
SCHNEIDER, Norbert. 2002. The Art of the Portrait. Masterpieces of European Portrait Painting, 1420-1670. Londres, Taschen.
SCHWARTZ, Madalena. 1997. Personae. São Paulo, Companhia das Letras.
SCHWARTZ, Madalena. 2012 Crisálidas. São Paulo, Instituto Moreira Salles.
SCHWARTZ, Jorge. 2012 “Apresentação” In schawartz, M., Crisálidas. São Paulo, Instituto Moreira Salles.
SEGALA, Lygia. 1999. “O retrato, a letra e a história: notas a partir da trajetória social e do enredo biográfico de um fotógrafo oitocentista”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 14, n. 4: 159-168.
SOBIESZEK, Robert A. 1999. Ghost in the Shell. Photography and the Human Soul, 1850-2000. Cambridge, mit Press/Los Angeles County Museum of Art.
TACCA, Fernando de. 2005. “Imagem fotográfica: aparelho, reepresentação e significação”. Psicologia & Sociedade, vol. 17, n. 3: 09-17.
TAMINIAUX, Pierre. 2009. The Paradox of Photography. Nova York, Rodopi.
TISSANDIER, Gaston. 1876. A History and a Handbook of Photography. Londres, Sampson & Searle Editors.
WOLFESON, Bob. 2009 Sequências: Otto Stupakoff. São Paulo, Instituto Moreira Salles.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2016 Revista de Antropologia
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Revista de Antropologia concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).