Hackear ou ser hackeado: o quase-totalitarismo das redes de segurança globais

Autores

  • Athina Karatzogianni Universidade de Leicester, Inglaterra.
  • Martin Gak New School for Social Research, Estados Unidos.

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-677X.rum.2016.124301

Palavras-chave:

segurança, ideologia, quase-totalitarismo, Snowden, redes digitais

Resumo

O presente artigo se concentra nas questões ideológicas da vigilância digital, examinando exemplos empíricos específicos retirados de reportagens publicadas sobre o caso Snowden, com o objetivo de matizar o lugar da política, da ética, dos valores e afetos mobilizados por governos e pela elite corporativa justificando a prática de coleta de dados pessoais numa associação entre três das redes globais de “segurança”. Analisa-se a constituição de um espaço político como esfera de atuação que emerge em contraposição ao que estamos nomeando como mecanismos “quase-totalitários”, baseados na ideia de alinhamento, conluio e imbricamento das três redes de segurança. Os diferentes aspectos desse quase-totalitarismo incluem: o monopólio do planejamento digital em relação à vigilância e a comunicação secreta entre governos, a elite corporativa e, algumas vezes, ONGs; o papel das ONGs na sociedade civil como forma de contornar processos democráticos; as políticas de associação entre empresas que assegurem o duplo objetivo do estado (segurança) e do capital (lucro); a dimensão inigualável da estrutura de aquisição de dados pelas matrizes da inteligência ocidental; a perseguição e julgamento de jornalistas, denunciantes e atores lutando em favor da transparência fora da esfera dos grupos das sociedade civil; e a significativa, mas insuficiente, contestação por parte do público de crimes contra as liberdades civis.

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Biografia do Autor

  • Athina Karatzogianni, Universidade de Leicester, Inglaterra.

    Docente na área de Novas Mídias e Comunicação na Universidade de Leicester (Inglaterra). Foi diretora dos Programas de Mídia do Departamento de Ciências Sociais da Universidade de Hull (Inglaterra). Autora de The politics of cyberconflict (2006); Power, conflict and resistance: social movements, networks and hierarchies (2010), entre outros trabalhos.

  • Martin Gak, New School for Social Research, Estados Unidos.
    Doutor em Filosofia pela New School for Social Research (Estados Unidos). Pesquisa na interface da Ética e da Metafísica, seus interesses de pesquisa relacionam-se com a política, religião e jurisprudência.

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Publicado

2016-12-17

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

KARATZOGIANNI, Athina; GAK, Martin. Hackear ou ser hackeado: o quase-totalitarismo das redes de segurança globais. RuMoRes, [S. l.], v. 10, n. 20, p. 114–151, 2016. DOI: 10.11606/issn.1982-677X.rum.2016.124301. Disponível em: https://revistas.usp.br/Rumores/article/view/124301.. Acesso em: 21 nov. 2024.