Estar no lugar de alguém: um processo de negociação entre espectador e personagem a partir da “experiencialidade”
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-677X.rum.2020.174430Palavras-chave:
Ficção seriada, Experiencialidade, Experiência estética, Personagem, Consumo midiáticoResumo
O artigo em questão discute o processo de produção de sentido em que se desloca a atenção para os personagens na ficção seriada. O argumento defendido é de que as séries tendem a elaborar um jogo para o receptor que, mesmo imerso em um enredo, é supervalorizado. Assim, o que se pretende apresentar como hipótese é que, na narrativa das séries, a centralidade do enredo é enfraquecida em função do processo de negociação pela audiência que, a partir da “experiencialidade”, coloca-se no jogo de repetir a trajetória de alguém. Tais argumentações pretendem responder a seguinte questão: o consumo das séries é uma tentativa de experiência estética relacionada mais a um convite de vivenciar no presente o lugar do personagem do que o de ser conduzido pela narrativa na qual já se prevê os acontecimentos? Parte-se de uma discussão teórica sobre o crescimento do consumo de ficção seriada, a estrutura desse texto narrativo e a relação entre esse tipo de consumo e a experiência estética, ou seja, um modo específico de temporalidade e de fruição, nas quais o receptor está implicado.
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