Os quadrinhos silenciosos contra a memória de silenciamento dos queer: identidade e sexualidade em Quadrinhos Queer
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-677X.rum.2021.183861Palavras-chave:
Histórias em quadrinhos, Memória, Queer, Silêncio, SilenciamentoResumo
Este artigo propõe explorar a relação entre o silenciamento da população queer na vida pública e a expressão do silêncio nas narrativas gráficas. Para tanto procurou-se entender, a partir de Eni Puccinelli Orlandi, como o silêncio opera sobre as narrativas em quadrinhos a ponto de engendrar uma supressão nas palavras, mas falar tão detalhadamente através de imagens, como atesta Thierry Groensteen. Buscou-se entender que violências simbólicas passam a repercutir na memória das pessoas queer, para desenvolverem esse tipo de comunicação, pensando nas vidas precárias de Judith Butler. Também, em consonância com o pensamento de David Lapoujade, procurou-se entender quais os papéis da mídia, da arte e da memória na criação de narrativas em que os gestos e não as palavras são os fios condutores da experiência que se interpõe entre a obra e o artista.
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