Metilfenidato: influência da notificação de receita A (cor amarela) sobre a prática de prescrição por médicos brasileiros

Autores

  • Elisaldo A. Carlini UNIFESP-EPM; Departamento de Psicobiologia; Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas
  • Solange A. Nappo UNIFESP-EPM; Departamento de Psicobiologia; Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas
  • Vagner Nogueira Novartis Biociências
  • Fernando G. M. Naylor Novartis Biociências

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0101-60832003000100002

Palavras-chave:

Metilfenidato, Prescrições, Medicamentos controlados, Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade

Resumo

Oitocentos e noventa e dois médicos, entre eles neurologistas (463) e psiquiatras (411), responderam a um questionário sobre a prescrição do metilfenidato para o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). A maioria dos médicos relatou a ocorrência esporádica de reações adversas não-sérias, tais como dor de cabeça, emagrecimento, inapetência, hiperexcitabilidade, taquicardia, etc; apenas seis médicos, entretanto, relataram casos que poderiam levar à suspeita de dependência, embora nenhum deles satisfizesse os critérios da CID-10 para tal. A grande maioria opinou que a exigência da notificação de receita A (amarela) é inadequada, criando preconceitos em relação à condição dos pacientes e amedrontando seus parentes. Relatam ainda que tal classificação dificulta a prescrição do medicamento, fazendo muitas vezes com que o metilfenidato se torne a segunda opção para o tratamento de TDAH, além de tornar o produto pouco disponível nas farmácias e dificultar o trabalho dos profissionais. Isso faz com que a adesão ao tratamento se torne mais difícil, pois, além dos vários entraves burocráticos para se adquirir o medicamento, há também o medo por parte dos familiares e do próprio paciente de estar tomando tal medicação. Neurologistas e psiquiatras argumentam que o controle do metilfenidato deve existir, mas, em se tratando de um medicamento prescrito por especialistas e de não possuir grande potencial de dependência, o receituário azul já seria suficiente para o controle adequado. A classificação do metilfenidato, juntamente com as anfetaminas e com o princípio ativo da maconha (dronabinol), é uma outra questão levantada, sendo tal fato para grande parte dos profissionais uma total incoerência.

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Publicado

2003-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Metilfenidato: influência da notificação de receita A (cor amarela) sobre a prática de prescrição por médicos brasileiros . (2003). Archives of Clinical Psychiatry, 30(1), 11-20. https://doi.org/10.1590/S0101-60832003000100002