Impacto da terapia cognitivo-comportamental nos fatores neurobiológicos relacionados à resiliência

Autores

  • Carlos Eduardo Norte Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Psicologia
  • Gabriela Guerra Leal Souza Universidade Federal de Ouro Preto; Instituto de Ciências Exatas e Biológicas
  • Ana Lucia Pedrozo Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Psicologia
  • Ana Carolina Ferraz Mendonça-de-Souza UFRJ; Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho
  • Ivan Figueira UFRJ; Instituto de Psiquiatria
  • Eliane Volchan UFRJ; Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho
  • Paula Rui Ventura Universidade Federal do Rio de Janeiro; Instituto de Psicologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0101-60832011000100009

Palavras-chave:

Transtorno de estresse pós-traumático, terapia cognitivo-comportamental, resiliência, neuroendócrino, psicofisiologia

Resumo

A resiliência, como uma variável de desfecho, tem sido largamente negligenciada no campo terapêutico. Nosso objetivo foi investigar os efeitos da terapia cognitivo-comportamental (TCC) nos marcadores neurobiológicos de resiliência em pacientes com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Nesta pesquisa experimental de caso único, foram acessadas variáveis fisiológicas (frequência cardíaca, frequência respiratória, tônus vagal cardíaco, balanço simpático e condutância da pele) e neuroendócrinas (cortisol e de-hidroepiandrosterona - DHEA) e medidas psicométricas de autorrelato (afeto negativo, resiliência, sintomas de TEPT, depressão, ansiedade e apoio social). Foram medidas as respostas fisiológicas, neuroendócrinas e psicométricas em repouso antes e após quatro meses de TCC. O paciente era um homem de 45 anos que sofreu dois assaltos com arma de fogo e não respondeu adequadamente ao tratamento farmacológico com paroxetina. A TCC levou a uma redução da frequência cardíaca, frequência respiratória, balanço simpático, condutância da pele e cortisol, bem como a um aumento no tônus vagal e DHEA. Além disso, a TCC promoveu redução na pontuação dos sintomas de TEPT, depressão, ansiedade e afeto negativo e aumento da pontuação de resiliência e apoio social. Nossos dados sugerem que a TCC aumenta os fatores relacionados à resiliência (DHEA, tônus vagal, autorrelato de resiliência e apoio social). Isso não é somente "antipatológico", mas também pode ser considerado "pró-bem-estar". Adicionalmente, nossos resultados mostram a relevância da investigação dos efeitos do tratamento psicológico em múltiplos sistemas neurobiológicos no mesmo paciente com TEPT, visando desvendar as bases neurobiológicas dos fatores de resiliência.

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Publicado

2011-01-01

Edição

Seção

Relato de Caso

Como Citar

Impacto da terapia cognitivo-comportamental nos fatores neurobiológicos relacionados à resiliência . (2011). Archives of Clinical Psychiatry, 38(1), 43-45. https://doi.org/10.1590/S0101-60832011000100009