Composição corporal de esportistas com lesão medular e com poliomielite
DOI:
https://doi.org/10.5935/0104-7795.20110008Palavras-chave:
Atividade Motora, Avaliação Nutricional, Composição Corporal, Paraplegia, PoliomieliteResumo
O presente estudo teve por objetivos avaliar a composição corporal de esportistas com lesão medular traumática e poliomielite. Método: Dois grupos de homens e mulheres, esportistas, com idades e índice de massa corporal (IMC) similares, foram distribuídos em dois grupos, de acordo com a origem da deficiência: LM- lesão medular traumática baixa (T5-T12) e P - sequelas de poliomielite em apenas um dos membros inferiores. Composição corporal analisada por DEXA (gordura e massa magra corporais); bioimpedância elétrica por análise vetorial- BIVA (resistência, reactância e ângulo de fase). Os participantes do mesmo gênero foram comparados de acordo com a origem da deficiência; os grupos foram comparados à população de referência, quando esses dados eram disponíveis. Resultados: Os vetores gerados na análise por bioimpedância foram avaliados pelo teste Hotelling’s T2 e suas distâncias comparadas (Mahalanobis distance, D) entre si e com uma população de referência. Na análise por DEXA, os homens com LM apresentam maior quantidade absoluta de massa magra e, consequentemente, o maior índice de massa magra do que os P. Ambos apontaram valores inferiores à população de referência. Na análise por bioimpedância, os homens do grupo P apresentaram maior resistência que os LM e, como consequência, os menores ângulos de fase. O grupo LM foi o que mais se aproximou da população de referência. Conclusão: Considerando a composição corporal como indicador indireto do estado nutricional, o presente estudo aponta que, embora ambas as origens de deficiência apresentem valores de massa magra inferiores e valores de resistência superiores aos estudos de referência, as pessoas com poliomielite podem estar em risco nutricional aumentado em relação às pessoas com lesão medular. Esse risco parece ser maior nos homens do que nas mulheres. Dados adicionais de avaliação nutricional, como o uso de marcadores bioquímicos e dietéticos, e com um maior número de avaliados, certamente poderão explorar e elucidar melhor esses achados.
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