Benefício da terapia de ondas de choque no tratamento de úlceras cutâneas: uma revisão da literatura

Autores

  • Marcus Yu Bin Pai Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Hospital das Clínicas. Instituto de Medicina Física e Reabilitação
  • Juliana Takiguti Toma Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Hospital das Clínicas. Instituto de Medicina Física e Reabilitação
  • Danielle Bianchini Rampim Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Hospital das Clínicas. Instituto de Medicina Física e Reabilitação
  • Marta Imamura Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Hospital das Clínicas. Instituto de Medicina Física e Reabilitação https://orcid.org/0000-0003-0355-9697
  • Linamara Rizzo Battistella Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Departamento de Medicina Legal, Ética Médica, Medicina Social e do Trabalho https://orcid.org/0000-0001-5275-0733

DOI:

https://doi.org/10.5935/0104-7795.20160008

Palavras-chave:

Ondas de Choque de Alta Energia, Resultado do Tratamento, Terapêutica

Resumo

A terapia de ondas de choque (TOC) extracorpórea possui ação analgésica e anti-inflamatória. Com a evolução e compreensão de seus mecanismos físicos e biológicos, foi se estudando a sua aplicação em outras patologias, principalmente em afecções ósseas e musculo-tendíneas. Recentemente, estudos em modelos animais demonstraram a sua capacidade angiogênica e maior taxa de re-epitelização local. Estas pesquisas levaram ao início do uso de TOC radial de baixa energia no tratamento e manejo de diversas lesões de pele de difícil tratamento. As úlceras cutâneas possuem diversas etiologias, variando desde úlceras de pressão, queimaduras, úlceras venosas ou arteriais e também úlceras diabéticas. Seu tratamento é um desafio, devido ao seu tempo prolongado de tratamento (resultando em dificuldades quanto ao seguimento clínico) e também elevados custos. Objetivo: Avaliar a eficácia da TOC na cicatrização de úlceras de diversas etiologias: diabéticas, por pressão, queimaduras, pós-traumáticas, vasculares venosas e arteriais, por meio de uma revisão da literatura. Métodos: Foi realizada uma revisão da literatura, sendo incluídos estudos clínicos em humanos Resultados: 9 artigos preencheram os critérios de inclusão. Os estudos inclusos compreenderam 788 pacientes. Os manuscritos trouxeram uma variedade de padrão de intervenções diferentes. Houve heterogeneidade no tempo de intervenção, número de pulsos e na frequência de sessões, bem como na quantidade de sessões, densidade de energia aplicada, e também no tipo de ondas de choque utilizados nas terapias. Alguns dos trabalhos descritos encontraram uma maior taxa na cicatrização e fechamento completo de lesões em pacientes com lesões crônicas, que não responderam ao tratamento conservador. Porém, há poucos estudos na literatura com qualidade metodológica adequada. Conclusão: A TOC surge como uma alternativa promissora para pacientes que não respondem bem à terapia conservadora. Os resultados são promissores porém com evidências limitadas quanto a diminuição do tempo de cicatrização e na aceleração do fechamento de lesões. Os estudos selecionados não relataram efeitos colaterais significativos, sendo uma terapia segura

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Ogden JA, Tóth-Kischkat A, Schultheiss R. Principles of shock wave therapy. Clin Orthop Relat Res. 2001;(387):8-17. DOI: http://dx.doi.org/10.1097/00003086-200106000-00003

Biedermann R, Martin A, Handle G, Auckenthaler T, Bach C, Krismer M. Extracorporeal shock waves in the treatment of nonunions. J Trauma. 2003;54(5):936-42. DOI: http://dx.doi.org/10.1097/01.TA.0000042155.26936.03

Buchbinder R, Ptasznik R, Gordon J, Buchanan J, Prabaharan V, Forbes A. Ultrasound-guided extracorporeal shock wave therapy for plantar fasciitis: a randomized controlled trial. JAMA. 2002;288(11):1364-72. DOI: http://dx.doi.org/10.1001/jama.288.11.1364

Schaden W, Fischer A, Sailler A. Extracorporeal shock wave therapy of nonunion or delayed osseous union. Clin Orthop Relat Res. 2001;(387):90-4. DOI: http://dx.doi.org/10.1097/00003086-200106000-00012

Hofmann A, Ritz U, Hessmann MH, Alini M, Rommens PM, Rompe JD. Extracorporeal shock wave-mediated changes in proliferation, differentiation, and gene expression of human osteoblasts. J Trauma. 2008;65(6):1402-10. DOI: http://dx.doi.org/10.1097/TA.0b013e318173e7c2

Aicher A, Heeschen C, Sasaki K, Urbich C, Zeiher AM, Dimmeler S. Low-energy shock wave for enhancing recruitment of endothelial progenitor cells: a new modality to increase efficacy of cell therapy in chronic hind limb ischemia. Circulation. 2006;114(25):2823-30. DOI: http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.106.628623

Oi K, Fukumoto Y, Ito K, Uwatoku T, Abe K, Hizume T, et al. Extracorporeal shock wave therapy ameliorates hindlimb ischemia in rabbits. Tohoku J Exp Med. 2008;214(2):151-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1620/tjem.214.151

Hayashi D, Kawakami K, Ito K, Ishii K, Tanno H, Imai Y, et al. Low-energy extracorporeal shock wave therapy enhances skin wound healing in diabetic mice: a critical role of endothelial nitric oxide synthase. Wound Repair Regen. 2012;20(6):887-95. DOI: http://dx.doi.org/10.1111/j.1524-475X.2012.00851.x

Takahashi N, Ohtori S, Saisu T, Moriya H, Wada Y. Second application of low-energy shock waves has a cumulative effect on free nerve endings. Clin Orthop Relat Res. 2006;443:315-9.

Schaper NC, Apelqvist J, Bakker K. The international consensus and practical guidelines on the management and prevention of the diabetic foot. Curr Diab Rep. 2003;3(6):475-9. DOI: http://dx.doi.org/10.1007/s11892-003-0010-4

Rosa TJS, Cintra LKL, Freitas KB, Alcântara PFDL, Spacassassi F, Rosa CDP, et al. Ulceras por pressão: tratamento. Acta Fisiatr. 2013;20(2):106-11. DOI: http://dx.doi.org/10.5935/0104-7795.20130017

Ferreira MC, Tuma P Jr, Carvalho VF, Kamamoto F. Complex wounds. Clinics (Sao Paulo). 2006;61(6):571-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1807-59322006000600014

Moretti B, Notarnicola A, Maggio G, Moretti L, Pascone M, Tafuri S, et al. The management of neuropathic ulcers of the foot in diabetes by shock wave therapy. BMC Musculoskelet Disord. 2009;10:54. DOI: http://dx.doi.org/10.1186/1471-2474-10-54

Larking AM, Duport S, Clinton M, Hardy M, Andrews K. Randomized control of extracorporeal shock wave therapy versus placebo for chronic decubitus ulceration. Clin Rehabil. 2010;24(3):222-9. DOI: http://dx.doi.org/10.1177/0269215509346083

Schaden W, Thiele R, Kölpl C, Pusch M, Nissan A, Attinger CE, et al. Shock wave therapy for acute and chronic soft tissue wounds: a feasibility study. J Surg Res. 2007;143(1):1-12. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.jss.2007.01.009

Wang CJ, Wu RW, Yang YJ. Treatment of diabetic foot ulcers: a comparative study of extracorporeal shockwave therapy and hyperbaric oxygen therapy. Diabetes Res Clin Pract. 2011;92(2):187-93. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.diabres.2011.01.019

Wolff KS, Wibmer A, Pusch M, Prusa AM, Pretterklieber M, Teufelsbauer H, et al. The influence of comorbidities and etiologies on the success of extracorporeal shock wave therapy for chronic soft tissue wounds: midterm results. Ultrasound Med Biol. 2011;37(7):1111-9. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.ultrasmedbio.2011.04.007

Arnó A, García O, Hernán I, Sancho J, Acosta A, Barret JP. Extracorporeal shock waves, a new non-surgical method to treat severe burns. Burns. 2010;36(6):844-9. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.burns.2009.11.012

Saggini R, Figus A, Troccola A, Cocco V, Saggini A, Scuderi N. Extracorporeal shock wave therapy for management of chronic ulcers in the lower extremities. Ultrasound Med Biol. 2008;34(8):1261-71. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.ultrasmedbio.2008.01.010

Ottomann C, Hartmann B, Tyler J, Maier H, Thiele R, Schaden W, et al. Prospective randomized trial of accelerated re-epithelization of skin graft donor sites using extracorporeal shock wave therapy. J Am Coll Surg. 2010;211(3):361-7. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.jamcollsurg.2010.05.012

Dumfarth J, Zimpfer D, Vögele-Kadletz M, Holfeld J, Sihorsch F, Schaden W, et al. Prophylactic low-energy shock wave therapy improves wound healing after vein harvesting for coronary artery bypass graft surgery: a prospective, randomized trial. Ann Thorac Surg. 2008;86(6):1909-13. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.athoracsur.2008.07.117

Haake M, Böddeker IR, Decker T, Buch M, Vogel M, Labek G, et al. Side-effects of extracorporeal shock wave therapy (ESWT) in the treatment of tennis elbow. Arch Orthop Trauma Surg. 2002;122(4):222-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1007/s00402-001-0362-7

Chen YJ, Wang CJ, Yang KD, Kuo YR, Huang HC, Huang YT, et al. Extracorporeal shock waves promote healing of collagenase-induced Achilles tendinitis and increase TGF-beta1 and IGF-I expression. J Orthop Res. 2004;22(4):854-61. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.orthres.2003.10.013

Kuo YR, Wang CT, Wang FS, Yang KD, Chiang YC, Wang CJ. Extracorporeal shock wave treatment modulates skin fibroblast recruitment and leukocyte infiltration for enhancing extended skin-flap survival. Wound Repair Regen. 2009;17(1):80-7. DOI: http://dx.doi.org/10.1111/j.1524-475X.2008.00444.x

Wang CJ. An overview of shock wave therapy in musculoskeletal disorders. Chang Gung Med J. 2003;26(4):220-32.

Downloads

Publicado

2016-03-07

Edição

Seção

Artigo de Revisão

Como Citar

1.
Pai MYB, Toma JT, Rampim DB, Imamura M, Battistella LR. Benefício da terapia de ondas de choque no tratamento de úlceras cutâneas: uma revisão da literatura. Acta Fisiátr. [Internet]. 7º de março de 2016 [citado 30º de dezembro de 2024];23(1):35-41. Disponível em: https://revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/137608