Trombose venosa profunda em pacientes com lesão medular: fatores de risco, prevenção e tratamento no contexto hospitalar
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v32i1a227831Palavras-chave:
Tromboembolia Venosa, Trombose Venosa, Traumatismos da Medula Espinal, Fatores de Risco, Prevenção de DoençasResumo
Objetivo: Descrever fatores de risco e manejo da Trombose Venosa Profunda (TVP) em pacientes com Lesão Medular (LM) tratados em regime hospitalar. Método: Estudo transversal, descritivo-exploratório, quantitativo, realizado em hospital referência em neurocirurgia no Recife-Pernambuco, com 22 pacientes maiores de 18 anos, diagnosticados com LM e internados no serviço. Na coleta dos dados utilizou-se: questionário sociodemográfico, clínico e terapêutico e Escore de Caprini. Resultados: 59,1% dos pacientes apresentavam altíssimo risco, para o desenvolvimento da TVP. Como fatores de risco identificou-se que: 95,5% dos pacientes estavam confinados ao leito por mais de 72 horas; 81,9% tinham idade entre 41 e 74 anos; 50% possuíam antecedente familiar de trombose; e 27,3% apresentavam edema recorrente em membros inferiores. 22,7 % recebiam doses profiláticas de Heparina (40mg) inadequadas para os riscos identificados. Realizou-se a ultrassonografia vascular (USV) com doppler para confirmação da TVP em 18,2%, embora a recomendação fosse de que 100% realizassem. Não se observou reajustes nas dosagens de Heparina para tratamento dos casos confirmados de TVP, pós-exame de USV. Conclusão: O Escore de Caprini associado à realização da USV, quando indicada, podem contribuir para um diagnóstico precoce, sendo necessário a otimização da realização da USV no serviço em questão, bem como a efetivação do tratamento adequado, nos casos confirmados. Tais medidas, permitirão que intervenções mecânicas e/ ou químicas sejam implementadas precocemente com vistas a proteger esses pacientes de desfechos clinicamente indesejáveis.
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