A música livre: Amos Tutuola e a subjetividade do ente-instrumento

Luiza Almeida

doi:10.11606/issn.2526-303X.i45p%p

Autores

Luiza Almeida UNIRIO

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2526-303X.i45p%25p

Palavras-chave:

Amos Tutuola; Ente-instrumento; Música africana; Oralidade; Filosofia africana

Resumo

Amos Tutuola (1920-1997) foi um escritor nigeriano pioneiro que, embora escrevesse em inglês, estruturava suas narrativas segundo a tradição oral iorubá. Este artigo investiga o conceito de "ente-instrumento" nas obras The Palm-Wine Drinkard (1952) e My Life in the Bush of Ghosts (1954), demonstrando como instrumentos musicais se tornam sujeitos dotados de agência e força vital. A análise revela que, nas narrativas de Tutuola, elementos musicais emergem como entidades vivas com poder transformador, revolucionário, ecoando epistemologias africanas também presentes nos trabalhos de Bunseki Fu-kiau, Malidoma Somé e K. C. Anyanwu, entre outros. O trabalho estabelece paralelos estruturais entre o conto popular africano e a música tradicional do continente. Por fim, propõe-se a "complementaridade" como um campo de forças interconectadas em um continuum estético sônico que serve ao equilíbrio comunitário.

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