Os álbuns musicais de Baco Exu do Blues e Djonga

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DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2526-303X.i45p%25p

Palavras-chave:

Baco Exu do Blues, Djonga, Periferia, Sublime, Intericonicidade.

Resumo

Neste artigo propomos uma análise comparada dos clichês das capas de álbuns conceituais dos artistas Baco Exu do Blues e Djonga com base em alguns aspectos do sublime (Kant, 2012) e no conceito de intericonicidade desenvolvido por Jean-Jacques Courtine, que a propõe como uma forma de descrever e interpretar imagens como textualidades correferenciais, ou seja, como construções materiais sempre vinculadas a outras imagens, significando que uma imagem pode remeter a outra já vista, estabelecendo uma rede de relações. Apesar das diferenças regionais entre os rappers – Baco, baiano de Salvador, e Djonga, mineiro de Ipatinga –, seus álbuns – Esú (Baco, 2017) e Ladrão (Djonga, 2019) – representam etapas fundamentais em suas trajetórias artísticas. Essas produções discográficas abordam temas como racismo, periferia e ancestralidade e consolidam uma linguagem poética e musical integrada, que articula crítica social e a expressão da identidade negra.

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Biografia do Autor

  • Francisco Cláudio Alves Marques, Universidade Esatdual Paulista - Campus de Assis

    Professor Associado no Departamento de Letras Modernas da FCL/Unesp-Assis

  • Vinicius Paes Soares de Brito, Mestrando

    Graduado em Letras Português/Espanhol. Mestrando no Programa de Pós-graduação em Letras da FCL/UNESP-Assis.

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Publicado

2025-12-29

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

ALVES MARQUES, Francisco Cláudio; PAES SOARES DE BRITO, Vinicius. Os álbuns musicais de Baco Exu do Blues e Djonga: Leituras. África, [S. l.], n. 46, p. 31–53, 2025. DOI: 10.11606/issn.2526-303X.i45p%p. Disponível em: https://revistas.usp.br/africa/article/view/240615.. Acesso em: 31 dez. 2025.