Uma gaiola de ouro: A problemática da regeneração na literatura africana de língua portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2526-303X.v0i20-21p27-41Palavras-chave:
Regeneração, Degeneração, Colonialismo, Luta Armada, Tradição, Trans- gressão, Inovação, Guerra Civil, Corrupção, Lusotropicalismo, MarginalizaçãoResumo
A partir do estudo de obras representativas de Luís Bernardo Honwana, Mia Couto, Ungulani Ba Ka Khosa de Moçambique e Manuel Rui de Angola, examina-se aqui o conceito da regeneração como uma arma de dois gumes. De um lado, a situação colonial imposta por Portugal é degenerativa, provocando nos colonizados dos países africanos de língua portuguesa, revolta e resposta regenerativa sob a forma de luta armada a qual que levou à independência entre 1974 e 1975. Para Portugal, porém, a regeneração reside no mito lusotropicalista que justifica o colonialismo como “humanista.” Ao mesmo tempo, a situação pós-independência de guerra civil e de corrupção pós-colonial contradiz as expectativas utópicas pré-independência. Entende-se que a situação colonial como pós-independência pode ser ou regenerativa ou degenerativa dependendo da perspectiva e do contexto.