Os desafios da investigação linguística em África: o caso de Moçambique
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2526-303X.i42p86-108Palabras clave:
línguas moçambicanas, educação bilingue, nacionismo, nacionalismoResumen
O estudo das línguas moçambicanas tem conhecido melhores tempos nas últimas décadas como resultado do que se pode chamar crescimento da consciência dos moçambicanos sobre a necessidade de construir uma nação forte, próspera e desenvolvida, o que só é possível numa sociedade democrática onde cada ator está consciente do seu papel no processo de desenvolvimento. A decisão sobre a introdução das línguas no ensino básico em Moçambique, através do modelo de ensino bilingue, fundamentada na necessidade de remoção de um dos mais importantes obstáculos do sucesso escolar, marcou um dos momentos mais importantes de rutura entre a visão nacionista (Fishman 1968) da política linguística moçambicana adotada nos primeiros tempos da independência e a visão nacionalista (Fishman op. cit.) e democrática onde a contribuição de cada moçambicano na construção de estado de direito é valorizada. Este triunfo de visão nacionalista sobre a visão nacionista coloca aos moçambicanos, sobretudo aos linguistas, para começar, grandes desafios. Com efeito, ao mesmo tempo que a referida decisão veio estimular a investigação tanto através de estudos visando analisar o impacto da decisão política de introdução das línguas no ensino (Moisés 2011, Ngunga et al. 2010) na educação em geral como da descrição da gramática das línguas visando municiar os professores, alunos e técnicos de educação de conhecimentos sobre a estrutura e o funcionamento destas línguas (NGUNGA 2002, NGUNGA e SIMBINE 2012, LANGA 2012, MACALANE 2012). A presente comunicação apresenta o estado atual da investigação das línguas africanas em Moçambique à luz dos desenvolvimentos mais recentes da situação sociopolítica do país.
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